Pesquisa aponta que hábitos culturais ainda são péssimos
Por Rodivaldo Ribeiro/DC Ilustrado
08/05/2014 - 13:39
Pesquisa deduz que população sai só para ir ao shopping, lê muito pouco e ainda vê muita televisão
Os resultados da pesquisa “Públicos de Cultura”, realizada em 25 estados — por meio de duas mil entrevistas em 139 municípios (Cuiabá inclusa) — e apresentados ontem, inferem que pelo menos metade da população dessas localidades se dedica nos finais de semana a atividades caseiras e no máximo vão a shoppings ou saem com os amigos.
A televisão reina como principal meio de informação e entretenimento e os programas mais vistos ainda são novelas (54%), filmes (52%) e jornais de notícias (44%).
Sobre os hábitos de consumo de lazer/cultura, a coisa fica pior de segunda e sexta-feira, quando essas atividades são reduzidas a meros 23% dos entrevistados.
Os números foram apresentados publicamente como parte do seminário “Públicos de cultura: Hábitos e demandas”, realizado na manhã desta quarta-feira no Sesc Arsenal. São desanimadores por um lado (o da percepção de como o assunto não é priorizado há décadas por gestores públicos) e oportunos por outro (o daqueles que buscam empreender na área, pois é evidente que não faltam nem espaço nem potenciais consumidores).
Outros dados também chamam atenção: 71% dos entrevistados nunca estiveram em exposições de pintura, escultura e outras artes em museus. Além disso, a maior parte das pessoas ouvidas (58%) não leu nenhum livro nos últimos seis meses.
Da apresentação participaram o coordenador da pesquisa, Gustavo Venturi, doutor em ciência política, professor da Universidade de São Paulo e coordenador científico do Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo, e Ludmila Brandão, pós-doutora em crítica da cultura e coordenadora da pró-reitoria de ensino de pós-graduação da UFMT.
Você pode ler a síntese do estudo no link bit.ly/Ro95mq (caso queira ver todos os números, clique em “início”, na mesma página).
A pesquisa foi realizada entre agosto e setembro de 2013, por meio de aplicação de questionário estruturado em entrevistas pessoais e domiciliares. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%. (Com consulta ao site da instituição).