O deputado estadual José Geraldo Riva, do PSD de Mato Grosso, recebeu aplausos na manhã desta segunda-feira (26) minutos antes de se pronunciar em coletiva de imprensa, em Cuiabá, a respeito de sua prisão pela Polícia Federal (PF) pela operação "Ararath" no último dia 20. Solto após três dias de confinamento no Complexo da Papuda, em Brasília, o parlamentar é alvo de investigação por crimes financeiros e lavagem de dinheiro, mas também já responde a 107 processos judiciais por crimes de peculato, improbidade administrativa e corrupção.
No início de seu pronunciamento, Riva recebeu manifestações de apoio por parte dos que compareceram à coletiva de imprensa no auditório da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e fez questão de agradecer o auxílio recebido "nesse momento difícil" e deixou claro que não foi maltratado pela PF ou pelos agentes penitenciários em momento algum.
Prisão ilegal
No entanto, o principal ponto do discurso do parlamentar é de que sua prisão pela PF foi ilegal. Segundo ele, a Procuradoria-Geral da República teria induzido o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), a erro.
Isso porque, em sua representação contra o deputado, a PGR teria dado a entender que Riva estava afastado da função de deputado - o que lhe suprimiria o foro privilegiado.
"As informações prestadas ao ministro foram distorcidas. Deixaram a entender que estava afastado da função de deputado. Estou convicto de que as informações da PGR foram maliciosamente distorcidas para me prejudicar", declarou o deputado.
Determinada pelo ministro Dias Toffoli, a prisão de Riva foi revogada três dias depois pelo mesmo ministro. Durante o tempo em que ficou em cárcere, o deputado sequer chegou a ser interrogado sobre sua suposta participação no esquema investigado pela PF na operação Ararath.
Entre eles, estão o ex-secretário de estado de Fazenda Éder Moraes (PMDB), também preso na terça-feira em cumprimento de mandado judicial e levado a Brasília, o governador do estado, Silval Barbosa (PMDB), e o senador Blairo Maggi (PR).Apesar da soltura, o STF recolheu o passaporte do deputado para que ele não consiga deixar o país e o proibiu de manter contato com qualquer um dos demais investigados pela operação.
Éder Moraes continua preso em Brasília. O governador Silval Barbosa também chegou a ser preso, mas não devido a um mandado de prisão: durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência, agentes da PF encontraram uma arma de fogo com registro vencido. Silval foi preso e levado à superintendência da PF em Cuiabá, onde permaneceu até pagar fiança de R$ 100 mil e ser liberado ainda no mesmo dia.