Boa sorte, brasileiros
Por por Luiz Henrique Lima
04/10/2014 - 09:08
Neste domingo, iremos às urnas em todo o país e no exterior.Na democracia, cada cidadão é corresponsável pelas escolhas da coletividade.
São 142.822.046 brasileiros que elegerão presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
Em Mato Grosso, somos 2.189.703 eleitores. Embora cada voto individual pareça inexpressivo ante esses números, a beleza do sufrágio universal reside no igualitarismo. O voto do mais humilde pantaneiro conta tanto quanto o do mais rico empresário.
O voto é igual para todos, por isso a importância de cada um.
O momento é de reflexão. Os desafios do país são muitos e devemos estar preparados para enfrentar circunstâncias internacionais desfavoráveis.
É fundamental elegermos aqueles que consideremos mais capazes para conduzir a gestão pública a partir de valores e ideais que compartilhamos.
É sabido que o processo eleitoral não é perfeito. Nem sempre as burocracias partidárias selecionam os candidatos com sabedoria.
Nem sempre as coligações são formadas em torno da identidade de propostas de melhoria das políticas públicas. Nem sempre as campanhas eleitorais são esclarecedoras em relação aos programas e prioridades de cada candidatura.
Mesmo com todos os defeitos e limitações da política oficial, somos felizes por viver numa democracia em constante processo de amadurecimento e consolidação.
Em regra, o que atrai maiores atenções são as disputas pelo Poder Executivo - presidente e governadores. A esta altura, segundo as pesquisas, há quatro ou cinco vezes mais indecisos para as eleições parlamentares que para a dos cargos executivos.
É necessário chamar a atenção para a grande importância do voto nos candidatos ao Poder Legislativo - Senador, deputado federal e estadual.
Se o Legislativo tiver uma composição fragilizada - do ponto de vista da liderança política, da capacidade técnica e dos compromissos éticos -, nem o melhor Executivo do mundo, caso exista, logrará realizar todo o seu potencial.
Considero muito nobre a função de legislar. O parlamentar é autêntico representante do povo e tem o dever de propor, denunciar, fiscalizar, debater, questionar e participar das decisões envolvendo questões públicas, em especial a melhor aplicação de recursos públicos e a melhoria na qualidade dos serviços públicos.
O bom representante é um permanente interlocutor da sociedade e hábil articulador de soluções político-legislativas para suas demandas.
Na história brasileira recente, há registro de inúmeras crises provocadas por relações confusas entre Executivo e Legislativo, das quais a mais emblemática foi o escândalo do mensalão, no qual, conforme julgado pelo Supremo Tribunal Federal, o Executivo resolveu comprar apoio parlamentar no Congresso, disso resultando um volumoso cardápio de crimes, que parece somente será superado pelas recentes denúncias envolvendo a corrupção na diretoria da Petrobras, além de parlamentares, ministros e governadores.
Assim, é necessário dedicarmos algum tempo para selecionar nossos representantes no Parlamento. Examinemos suas propostas e suas credenciais, sua trajetória e sua coerência.
Esforcemo-nos para não ser contaminados pelo excesso de propaganda - positiva ou negativa - que, muitas vezes, espalha fumaça na superfície, impedindo-nos de discernir com clareza os prós e contras de cada opção.
Procuremos saber se os discursos correspondem à história e à vida dos candidatos.
Minimizemos o risco de ter exercendo mandatos aqueles que buscam primeiro privilégios pessoais ou enriquecimento para seus grupos. Valorizemos nosso voto, sendo rigorosos na seleção de bons parlamentares.
Boa sorte, brasileiros! Que nossas escolhas sejam bem inspiradas e que os vitoriosos estejam à altura de honrar a esperança e as necessidades do povo.
LUIZ HENRIQUE LIMA é conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT).