O prefeito Francis Maris Cruz, a vice-prefeita Eliene Liberato Dias e a secretária de Governo do município, Deise Dier, estiveram reunidos durante toda a manhã com oficiais do Exército Brasileiro. O comandante do 2º Batalhão de Fronteira, coronel Braga, recebeu o comandante da 13 Brigada de Infantaria Motorizada, general Avellar; o chefe de operações do Comando Militar do Oeste, general Elias, e o comandante Militar do Oeste, general Juarez. Eles estiveram em Cáceres para oficializar a criação do Pelotão Especial de Fronteira na localidade da Corixa, na fronteira com a Bolívia, onde antes funcionava um destacamento, que foi desativado em março deste ano.
No local, permaneceu apenas um efetivo administrativo e a escola foi mantida em funcionamento, pois atende a alunos da região.
Nesta mesma época, os destacamentos de Casalvasco, Fortuna e Guaporé, passaram a Pelotões Especiais, tendo o efetivo de 15 militares aumentado para 35.
Desde então, autoridades locais vem pedindo que a Corixa se transforme em pelotão, dada a sua posição estratégica. Segundo o coronel Braga, o prefeito Francis Maris pediu reiteradas vezes essa providência. "Apesar de ser uma decisão estritamente militar, entendemos que ela atende a vontade da comunidade civil"-afirma o oficial.
Em julho deste ano, o general Avellar esteve em Cáceres. Ele havia assumido o posto recentemente e veio para fazer uma visita de inspeção e conhecer a região. Na oportunidade, visitou o prefeito Francis Maris, acompanhado pelo general Braga.
Durante a visita, o prefeito e os militares falaram sobre os problemas de segurança na fronteira, oportunidade na qual o comandante da 13ª Brigada, sediada em Cuiabá e a qual o 2º BFron é subordinado, afirmou que o efetivo do Exército Brasileiro na fronteira com a Bolívia não iria diminuir e que a tendência era ser reforçado. Ouviu com atenção o pedido do prefeito Francis Maris, para que o então Destacamento da Corixa também fosse transformado em Pelotão, ganhando efetivo maior.
"Por enquanto, posso apenas garantir o mesmo efetivo, mas temos a informação que nossa Brigada receberá reforços de equipamentos de segurança, que serão empregados em especial na região de fronteira"-respondeu o militar.
Francis Maris expôs aos militares o quanto Cáceres é prejudicada com a imagem de "porta de entrada de drogas". Disse ele que "apreensões são feitas quase que diariamente pelas forças de segurança." Temos muitas fazendas, muitas áreas que poderiam estar produzindo mais, mas o clima de insegurança na região "engessa" a vontade dos agropecuaristas. Cáceres já não tem expressividade na área industria -quadro que deverá mudar com a Zona de Processamento de Exportação, cuja implantação caminha etapa a etapa. Poderíamos ter plantações de soja, mas quando faço o convite a agropecuaristas para que invistam aqui, a resposta é sempre e mesma: segurança na área de fronteira. Para se ter uma ideia, na região de Sorriso, Sinop, Lucas do Rio Verde, enfim, na região da soja, o preço do hectare de terra varia de 30 a 50 mil reais. Aqui, o preço é 10% desse valor, variando entre 3 a 5 mil reais. A região merece ser contemplada com a segurança necessária para alavancar sua economia e sair do estado de estagnação" "-disse o prefeito na oportunidade.
Hoje, ele agradeceu a atenção dispensada ao seu pedido e ouviu dos militares que os Pelotões permanecem com o efetivo de 35 homens apenas por enquanto, até que sejam feitas ampliações físicas. "O objetivo ´que cada Pelotão tenha um efetivo de sessenta homens"-afirmaram, após realizarem uma visita de inspeção ao mais novo Pelotão, que extra-oficialmente vinha funcionando nesta condição há 45 dias.
"A segurança na fronteira significa muito para o desenvolvimento econômico de Cáceres e região"-disse o prefeito.