Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Obra da sede da Polícia Federal está abandonada há 3 anos
Por João Arruda/Jornal Cacerense
22/07/2012 - 11:37

Foto: arquivo
Há três anos a obra de construção da nova sede da Delegacia de Policia Federal em Cáceres, no Oeste de Mato Grosso, se encontra abandonada. A edificação orçada em R$ 8 milhões “empacou” com pilares e algumas paredes erguidas que estão expostas ao tempo no terreno ao lado da improvisada delegacia. O empreendimento público seria apenas mais um não fosse um detalhe: Cáceres é apontada como uma espécie de “hub” do tráfico de drogas da Bolívia e até dos cartéis da Colômbia e agora do Peru. A empresa contratada desapareceu da cidade, deixando um rastro de dividas no comercio de construção civil e mais grave todos os operários sem receber os salários. Uma ação coletiva ainda tramita na Vara do Trabalho. Enquanto não desembaraça a situação o reduzido efetivo, formado escrivães, agentes e delegados se desdobram para fiscalizar a extensa área de fronteira com o território boliviano de onde saem diariamente expressivas cargas de pasta base de cocaína, tendo a região de Cáceres como a principal rota. A obra que previa construção em dois pisos, inclusive com heliporto e áreas administrativas para atendimento ao fluxo de estrangeiros que ingressam e saem do país através de Cáceres. Não bastassem essas atividades a PF ainda tem a atribuição de atuar em áreas indígenas e no combate a extração ilegal de madeiras, principalmente no Vale do Guaporé – região de Pontes Lacerda -. Nas ultimas semanas a Policia Federal em Cáceres acumulou apreensões vultosas com cerca de 700 quilos somados de drogas. Mesmo contando com a estrutura tacanha num antigo prédio cedido pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que funciona precariamente a delegacia na área conhecida como Centro Operacional de Cáceres (COC) onde se concentra a maioria dos prédios com órgãos públicos. Para se ter uma idéia do descaso da União com PF em Cáceres, a Instituição não possui sequer um pátio para guardar os veículos apreendidos antes de serem periciados, são amontoados num terreno baldio emprestado pela Prefeitura, não raramente são alvos de depenadores. Na entrada principal da delegacia os carros oficiais ocupam o passeio publico e, além disso, uma poça de água crônica dificulta o acesso de cidadãos que recorrem a aquela delegacia, ao lado onde seria construída a nova sede, inexiste passeio publico, apenas uma vala e viçosas macegas se estendem até o Córrego do Membeca. É nesse ambiente inóspito que atuam policiais federais e delegados da fronteira de Mato Grosso com o principal fornecedor de cocaína. Nesta semana advogados que atuam na defesa dos operários que trabalhavam na construção da delegacia, descobriram que a empresa Construtora Salomão para vencer a licitação apresentou contrato social no qual alegava ter uma propriedade rural no município de Primavera do Leste, na verdade a escritura da suposta terra é falsa, e que mais grave a localização descrita se encontra em terras indígenas. Ou seja, os encarregados da obra conseguiram ludibriar até a Policia Federal com declarações de bens falsificadas. No ambiente da Policia Federal se reconhece o empenho do superintendente Cesar Augusto Martinez mas que segundo eles as iniciativas para retomada da construção esbarram na burocracia do serviço publico. Outra chiadeira dos agentes federais ser refere a gratificação para os servidores que atuam em áreas de fronteiras, cujas verbas estão aprovadas e previstas no orçamento deste ano do governo federal,. Todavia passado quase 07 meses, ainda não foram depositadas essas gratificações aos policiais federais – incluindo agentes e patrulheiros. Por enquanto o único sinal de pressa encontrado pela reportagem no lado externo da futura sede da PF, é uma placa do serviço Moto Taxi de nome sugestivo afixado que promete “Vapt – Vupt” coincidentemente se situa em frente a obra inacabada. A Delegacia da Policia Federal em Cáceres foi criada em 1950, a época a função era mais repressiva a movimentos de esquerda que tinham Cáceres como principal foco de resistência aos regimes ditatoriais. Outra função na época era o rígido controle na entrada da cidade com uma tranca patrulhada com homens do 2º Batalhão de Fronteira, que fiscalizavam tanto fluxo migratório de levas mineiros e capixabas que abriram as chamadas Glebas da Grande Cáceres quanto eventuais “subversivos” cujas fotos ficavam em álbuns com os militares e agentes na extremidade da Ponte Marechal Rondon. Curiosamente um dos endereços aonde funcionou a sede da Policia Federal em Cáceres até por volta de 1976, hoje reside a professora Leila Jacob Bisinotto, considerada como uma das maiores ativistas dos Direitos Humanos na região da fronteira, ao lado de Carlos Alberto Maldonado e do falecido bispo Frances Maximo Biennes, dali a PF migrou para casa vizinha (hoje LFG), depois desembocou numa residência em frente ao Mercado Miura e hoje está encostada na antiga sede do INSS.
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