eles participaram de Conferência Global de Biodiversidade do Solo
Resultados de pesquisas realizadas em Mato Grosso com abordagens sobre solo e biodiversidade dos biomas pantanal, cerrado e amazônia foram apresentados à comunidade científica internacional, pelos professores do IFMT Cáceres Alexandre dos Santos e Milson Evaldo Serafim durante a primeira Conferência Global de Biodiversidade do Solo realizada, na última semana, em Dijon na França. A “First Global Soil Biodiversity Conference – Assessing soil biodiversity and its role dor ecosystem services” teve como objetivo promover a investigação científica sobre o papel da biodiversidade do solo para as funções e serviços dos ecossistemas, e integrar esse entendimento em agendas ambientais internacionais, política sustentável e decisões de gestão da terra.
Neste cenário, a pesquisa “Efeitos do Manejo de Eucalipto Sobre a Diversidade de Cupins”, desenvolvida no IFMT Cáceres pelo doutor em Entomologia Alexandre dos Santos, ganhou destaque por elencar resultados científicos para a conservação da diversidade do bioma cerrado brasileiro, considerado um dos 25 hotspots do mundo, como são chamadas áreas ricas em biodiversidade com riscos de ações antrópicas.
Na pesquisa realizada em duas áreas de cultivo do Eucalipto em unidades experimentais no IFMT Cáceres foram comparadas a influência do manejo do Eucalipto na biodiversidade de cupim em uma área recém-plantada e em outra área de cultivo abandonada, além do estudo da diversidade do cupins em área de vegetação nativa do cerrado. O estudo concluiu que o manejo do eucalipto afeta na diversidade dos cupins, sendo necessário 25 anos para recuperar a diversidade original.
“ O manejo impacta a diversidade de tal maneira que é necessário o abandono do cultivo do Eucalipto na área por 25 anos para recuperar a diversidade de cupins do solo”, explica o pesquisador.
O estudo foi financiado com recursos do IFMT e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq.
Ciência do solo e o cultivo do Maracujá
Em outra pesquisa, destacada na conferência, com a apresentação do mestre em Agronomia e doutor em Ciência do Solo Milson Evaldo Serafim foi estudada a ocorrência da Fusariose em solos cultivados com maracujazeiro abrangendo os biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia. A fusariose, causada pelos fungos Fusarium oxysporum f.sp. passiflorae e Fusarium solani é a principal doença que atinge lavouras de maracujá em Mato Grosso e no Brasil. Foram realizados levantamentos e análise de solo em 65 propriedades de cultivo do maracujá nos três biomas para identificar a existência ou não da doença, além de estudos sobre fatores que potencializam ou não a existência da doença.
A partir da comprovação científica resultante da pesquisa dois fatores devem marcar a definição da área para implantação das lavouras de maracujá. A pesquisa concluiu que quanto mais argiloso o solo e quanto maior teor de matéria orgânica estiver incorporado ao solo, maior a probabilidade de ocorrer a doença.
“Agora antes do produtor implantar a lavoura de maracujá ele tem elementos para avaliar a área com maior ou menor risco da presença da doença”, explica Serafim.
A pesquisa foi desenvolvido por meio da Rede de Estudos Sociais, Ambientais e de Tecnologias para o Sistema Produtivo na Região Sudoeste de Mato Grosso ( Rede Asa), incluindo instituições como Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A Asa integra a Rede Centro-oeste de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação e recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso, Fapemat.