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Educação em MT: sete anos sem avanço
Por Rodrigo Vargas
18/01/2015 - 08:22

Foto: ilustrativa

Alunos que chegam ao final do ensino médio com uase nenhum aprendizado em matemática e capacidade limitada de leitura e interpretação de texto. Aumento do abandono escolar e das taxas de reprovação. 

No período de sete anos e sete meses em que esteve à frente da Secretaria Estadual de Educação, o Partido dos Trabalhadores colheu resultados ruins ou pouco expressivos nos indicadores oficiais de desempenho escolar. 

Os alunos do ensino médio em Mato Grosso estão entre os menos capacitados do Brasil. Na mais recente edição do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a nota média obtida pela rede estadual só foi superior à de Alagoas. 

O partido assumiu a pasta em maio de 2007, no segundo mandato do governador Blairo Maggi. Em sua posse como secretário, o então deputado estadual Ságuas Moraes mencionou a importância de melhorar os indicadores da Educação no Estado. 

O desafio é grande, são 647 unidades escolares, aproximadamente 475 mil alunos e 28 mil trabalhadores. A rede é grande e complexa e a Educação é o maior serviço público prestado pelo Estado”, disse, à ocasião. 

O IDEB leva em conta as notas obtidas por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e a taxa média de aprovação percentual. É o principal parâmetro para aferir a qualidade da educação no país. 

Em 2007, a nota do ensino médio estadual não estava entre as melhores do ranking brasileiro: 3.0 (em uma escala de zero a dez). Naquele ano, o resultado da Prova Brasil (teste que mede o desempenho de alunos do ensino médio na rede pública e que também compõe o IDEB) indicou que mais de 40% dos alunos do 9º ano tinham um desempenho "insuficiente" ao tentar resolver problemas de matemática. 

De acordo com os parâmetros do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao Ministério da Educação e que é responsável pela avaliação, isso equivale a "quase nenhum aprendizado". 

Nas avaliações realizadas em 2009 e 2011, o padrão não se alterou. Do universo de alunos avaliados, menos de 10% demonstraram capacidades acima ou dentro do esperado para sua escolaridade. Em 2013, a nota do IDEB caiu para 2.7. 

As taxas de reprovação, abandono e aprovação do ensino médio pioraram. Entre 2010 e 2013, o percentual de alunos reprovados subiu de 18,3% para 23,3%. No mesmo período, o abandono passou de 12,4% para 15%. 

Se considerado apenas o primeiro ano do ensino médio, a taxa de aprovações caiu de 63,4% para 51,1%, o que equivale a dizer que cinco em cada dez alunos não seguiram adiante - reprovaram ou abandonaram a escola. 

O hoje deputado federal Ságuas Moraes e a professora Rosa Neide Sandes de Almeida, que se alternaram na condução da pasta até dezembro passado, negam retrocesso e defendem o legado da atuação do partido (ver matérias). 

Eles qualificaram como política a avaliação feita pela equipe de transição do governador Pedro Taques, que identificou, além da baixa proficiência dos alunos, problemas de gestão e escolas em situação precária. 

Não há previsão do repasse de manutenção para as escolas iniciarem o ano letivo de 2015, afirmou o levantamento, em um trecho. 

A direção estadual do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública), que historicamente teve o PT como aliado em mobilizações da categoria, avalia que o resultado final ficou abaixo do necessário. 

As conquistas que tivemos foram muito mais em razão da luta organizada do que por uma política de governo, disse Miriam Botelho, vice-presidente da entidade. 

Segundo ela, a era petista na Seduc avançou pouco na solução dos problemas estruturais. Isso ocorreu, afirma, por falta de respaldo. 

O grande pecado foi o partido ter aceitado a indicação, mesmo sabendo que, no governo de Maggi e Silval, sempre haveria outras prioridades. Não tinha como dar certo. 

 

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