Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Rodovias de MT serão ‘privatizadas’
Por Diário de Cuiabá
25/01/2015 - 12:21

Foto: ilustrativa

O governo federal vai retomar o processo de concessão de nada menos que 2.612 quilômetros de rodovias em quatro trechos. As medidas serão essenciais para Mato Grosso, pois mais da metade dessas concessões servirão ao Estado e ajudarão a encurtar a rota para a China. 

São 1.679,7 quilômetros de rodovias interligando Mato Grosso a estados como Goiás (caso da BR 364/060, num trecho de 703,7 km) e Pará (BR 163/230, num outro trecho de 976 km). O primeiro interligará Rondonópolis a Goiânia; o segundo vai de Sinop até o Porto de Piritituba, no vizinho estado do Pará. Ambos são considerados estratégicos como rota de escoamento de grãos. 

Há, no entanto, entraves ao andamento dos processos, como a desaceleração da economia, o grande número de empresas do setor implicadas Operação Lava-Jato — várias construtoras investigadas são grandes acionistas de administradoras de rodovias —, regras mais duras para a concessão de crédito subsidiado do BNDES e juros mais elevados. 

Mas o Ministério dos Transportes informou que o governo irá fazer essas concessões ainda no primeiro semestre de 2015. “Em 2014, foram iniciados 470 quilômetros de obras de duplicação. Foram concluídos 70 quilômetros, e para 2015-2018 os contratos assinados estabelecem obrigação de duplicação de 5,2 mil quilômetros”, afirma a pasta em relatório. 

O diretor do Sindicato dos Transportadores de Mato Grosso (Sindmat), Claudio Rigatti, confirma, em parte, os dados do Ministério e comemora o anúncio da retomada. “Quanto mais portos e descargas aparecerem, melhor. Mais terminais de carga são sempre melhores pra todos. E eles estão fazendo as rodovias, pelo menos a 163, que está praticamente pronta”. 

Mas o real impacto da inauguração desse trecho só será percebido mesmo a partir de fevereiro “que é quando melhora o fluxo de embarque”, continuou Rigatti. 

Mesmo considerados trechos alternativos, ideais para fugas de pedágio, quem está de olho aberto sobre as concessões são os chineses, interessados em entrar no setor de obras no Brasil e cheios de apetite por essas novas licitações. Especialmente porque os negócios podem ser ampliados ao que vai ser transportado por elas: grãos, aves e suínos diretamente, por navio, à China via Porto de Piritituba, no Pará. 

“O trecho da 060, em direção a Goiânia, não interfere muito no escoamento da produção, é interferência pequena, pois só utilizamos essa rota para Araguari, em Vitória, no Espírito Santo, para transporte de um volume razoavelmente pequeno. Porém, é importante [do ponto de vista logístico] porque integra Cuiabá a Brasília em pista dupla”, explica à reportagem o diretor executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira. 

“Já a segunda rodovia [a BR 364/163, a que mexe com os sonhos chineses], é de extrema importância porque é um trecho em que teremos volumes crescentes de escoamento. Com números que em breve devem chegar a 30 milhões de toneladas, em Miritituba, segundo nossa projeção para 2025”, seguiu Vaz Ferreira. 

As concessões se mantêm, segundo informa a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por um modelo já adotado no país desde 2013: o vencedor é sempre quem apresentar a menor tarifa de pedágio, cuja cobrança é condicionada à entrega de no mínimo 10% da duplicação das vias. 

Mas há muito mais quando o assunto é preparar Mato Grosso para as próximas décadas do século XXI. “É muito importante [especificamente a 163] porque cabe não só rodovia como também pode ser explorada como ferrovia”, encerrou Ferreira. O único entrave, aqui, passaria a ser uma das áreas de floresta mais preservadas em todo o Estado do Pará. Praticamente uma nova rota para a China, não da seda, mas de grãos, carne e o que mais o Estado tiver a oferecer. 
 

 

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