Indicado para participar da comissão que fará um estudo de reestruturação da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) revelou que dados coletados até o momento indicam gastos exorbitantes com o dinheiro público e graves indícios de irregularidades.
“Há salários inacreditáveis de R$ 71 mil, outro de R$ 53 mil, R$ 41 mil e R$ 27 mil. Tem servidor que mora nos Estados Unidos e continua na ativa recebendo salário da Assembleia Legislativa”.
Há ainda gastos considerados supérfluos e despesas com valores muito acima do mercado dentro um orçamento elevado para 24 deputados estaduais.
“Em 2013, a Assembleia Legislativa executou um orçamento de R$ 357 milhões. Deste montante, foram R$ 126 milhões com salários e R$ 95 milhões com mão de obra terceirizada como limpeza e jardinagem”.
Conforme Wilson Santos, houve gastos milionários em outras atividades. “Foram gastos R$ 9,2 milhões com passagens aéreas, R$ 33 milhões com propaganda, R$ 40 milhões com material de consumo e R$ 10 milhões com alimentação”.
Em meio à proposta de corte de gastos defendida pelo presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB), foi cancelada uma licitação feita pela legislatura anterior que adquiriu pelo valor de R$ 4,789 milhões brindes personalizados.
No pacote, estava previsto a aquisição de até 500 kits de higiene bucal, cordões para crachá, saco ecológico para carro, 56 mil camisetas, medalhas e agendas em couro e outros itens.
Com duodécimo mensal de R$ 35,3 milhões, a Assembleia Legislativa vai ter disponível R$ 424 milhões para gastar em 2015.
Em 2014, o Legislativo recebeu suplementações orçamentárias autorizadas pelo então governador Silval Barbosa (PMDB) por conta do excesso de arrecadação. Somente no período de agosto a dezembro, foi autorizada a transferência de R$ 55,5 milhões.
No entanto, o governador Pedro Taques (PDT) já esboçou desde o período da campanha eleitoral sua contrariedade aos repasses financeiros a título de suplementação financeira aos poderes constituídos e órgãos auxiliares como Tribunal de Justiça (TJ), Ministério Público Estadual (MPE) e Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O pedetista prega um pacto por Mato Grosso com o propósito de investir em setores essenciais da administração pública como educação, saúde, segurança e ainda infraestrutura em municípios do interior.