Recursos arrecadados serão revertidos para segurança pública em Mato Grosso.
O Governo do Estado de Mato Grosso realizou nesta terça-feira (20.10), o leilão da fazenda Asa Branca, que foi apreendida em poder de uma quadrilha de tráfico de drogas. A propriedade foi arrematada por R$ 6.705.974,40 milhões. Todo o recurso adquirido será revertido para ações de segurança pública do Estado. O leilão aconteceu na sede da Secretaria de Segurança Pública, em Cuiabá.
A propriedade de 1.093 hectares foi adquirida com dinheiro oriundo de organização criminosa que agia no tráfico internacional de droga na região Oeste de Mato Grosso, e foi dado perdimento pela 3ª Vara Criminal de Cáceres em favor da Segurança Pública.
O secretário de segurança Pública, Mauro Zaque, destacou a importância de ações como esta para melhoria da atuação das forças policiais, e em benefício da população.
"O resultado foi bom, dentro do preço da avaliação e dentro das normas do leilão. Estamos tirando o combustível do crime e trazendo recursos para a segurança pública. O dinheiro será empregado em ações de segurança pública, em ações que valorizaram as policias e valorizaram o combate ao crime. Essa é a primeira fazenda de muitas que serão negociadas. O governo do Estado e Secretaria de Segurança Pública estão de parabéns. Quem ganha é a população", enfatizou.
Investimentos
Outros bens apreendidos da quadrilha de tráfico de entorpecentes já foram leiloados e os recursos revertidos para a segurança pública. No dia 10 junho deste ano, mais de R$ 3 milhões foram arrecadados no leilão judicial de 1.603 cabeças de gados que estavam na fazenda Asa Branca, localizada a 40 km de Cáceres. O dinheiro foi investido na compra de 1.200 pistolas para as polícias Civil e Militar, 40 fuzis e 50 submetralhadoras modelo HK. Uma parte do armamento, 600 pistolas, já foi entregue para a Polícia Militar.
A reversão do dinheiro do crime para investimentos na Segurança Pública é uma ação inédita no Estado. “Estamos tornando realidade a pretensão de todo cidadão de bem de tirar o patrimônio oriundo do crime em favor da segurança pública”, enfatizou o secretário de Segurança Pública.
O secretário reforça que, do ponto de vista legal, a compra da fazenda está amparada por decisão judicial e por sustentação jurídica, o que assegura ao comprador total segurança de que o patrimônio será imediatamente transferido para a sua propriedade. “Os valores auferidos serão depositados em uma conta exclusiva da Segurança Pública e empregados em investimentos para modernização das instituições policiais e equipamentos”, disse Mauro Zaque.
Entenda o caso
Uma operação conjunta do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 13 de novembro de 2014, levou à prisão de quatro pessoas, apreensão de cerca de 150 quilos de pasta base de cocaína e vários veículos, na fazenda Asa Branca, distante 40 km do município de Cáceres.
Tudo começou quando os policiais foram cumprir um mandado de prisão expedido pela comarca de Araçatuba, Estado de São Paulo, em desfavor de Aleksandro Balbino Balbuena. O suspeito estava sendo monitorado havia pelo menos um ano pelo setor de Inteligência do Gefron.
No dia 11 de novembro, a Polícia Rodoviária Federal encontrou Aleksandro conduzindo um veículo Dodge Ram de placas OJK 0338. No momento da abordagem, Aleksandro disse aos policiais que se chamava Alexandre Pereira Silva. Porém, como os policiais já o conheciam e sabiam que ele tinha uma propriedade rural no distrito do Caramujo, de posse do mandado de prisão, o encaminharam ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) de Cáceres.
No dia 12, os policiais se deslocaram até a fazenda Asa Branca, de propriedade do suspeito, onde encontraram várias armas, entre elas, um fuzil ponto 30, várias pistolas e munições de diversos calibres. Em revista nos fundos da sede da fazenda, os policiais encontraram enterrados 124 tabletes de pasta base de cocaína.
Dois funcionários do suspeito foram presos na ocasião. Diversos veículos que estavam no local, entre carros e motos, também foram apreendidos.