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Aquela canção do Roberto
Por Diário de Cuiabá
19/08/2012 - 08:51

Foto: arquivo
O diretor Breno Silveira gosta de mostrar em seus filmes personagens sofridos em busca de redenção, recortes do interior do Brasil, relações transformadoras e, sobretudo, música. Foi assim com o sucesso de bilheteria ‘2 Filhos de Francisco’ (2005), que foi visto por mais de 5,3 milhões de espectadores e agora com ‘À Beira do Caminho’. No primeiro ele contou a trajetória da dupla goiana Zezé di Camargo e Luciano. No seu mais novo longa a atração é a música do “Rei” Roberto Carlos, cuja voz embala as jornadas estrada afora de um homem em fuga do passado e de um menino lutando por um futuro. ‘À Beira do Caminho’, acompanha a viagem do motorista de caminhão João (João Miguel) de Petrolina (PE) até São Paulo, levando de carona o garoto Duda (Vinícius Nascimento). O combustível da viagem é a música de Roberto Carlos. Duda acaba de perder a mãe e “adota” um estranho para guiá-lo até o pai, que ele jamais conheceu. Apesar da cara de poucos amigos, o motorista João aceita a convivência forçada. O menino é irresistível e logo se revelará um “amigo de fé, um irmão camarada”. Ao entoar a canção, Duda toca o nervo exposto do guardião involuntário que traz como única pista de sua amargura um CD do “Rei” na bagagem. O filme se desenvolve através de uma jornada rumo à superação. Fortalecido pelo novo “amigo de fé”, o caminhoneiro revisita lugares e pessoas. O passado de João passa a ser revelado por cenas cada vez mais esclarecedoras. Os momentos cruciais são embalados pela trilha sonora do “Rei”, que raramente libera suas gravações originais, mas cedeu os direitos de quatro canções na sua inconfundível voz: ‘O Portão’ (1974), ‘À Distância’ (1972), ‘Amigo’ (1977) e ‘Outra Vez’ (1977) - única canção que não foi composta pela dupla Roberto e Erasmo Carlos e que é de autoria de Isolda. ‘À Beira do Caminho’ tem em João Miguel - que recentemente fez o papel de um dos irmãos Villas-Boas em ‘Xingu’ – um contraponto a eventuais excessos melodramáticos: é com notável economia que o ator exibe dores e alegrias, em um amolecimento sutil e gradual, demarcado por placas de cidades e inscrições de para-choques de caminhões. A origem da produção está em 2008, quando a jornalista Léa Penteado reuniu frases de diversas músicas de Roberto Carlos e mostrou a Silveira um argumento com esse material. O título é inspirado em uma música que não aparece no filme e que Roberto Carlos jamais gravou em seus discos, apenas em álbuns de Erasmo Carlos, ‘Sentado à Beira do Caminho’. No filme, canções como ‘Nossa Canção’ (1966) e ‘Como Vai Voce’ (1972), que fazem parte do cancioneiro do “Rei”, mas que não são de sua autoria, aparecem interpretadas por outros cantores. O grande mérito do longa de Breno Silveira é sua simplicidade - desde a história, passando pela fotografia, pelas interpretações até chegar as “canções do Roberto”. Afinal, a simplicidade de suas músicas é o grande segredo de quem compõe, há mais de quatro décadas, a mais popular trilha sonora do país. * Gustavo Oliveira é diretor de Redação do Diário. Gustavo@diariodecuiaba.com.br
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