Uma quadrilha fortemente armada explodiu parte do muro da Penitenciária Central do Estado, na região do Coxipó. Na ação, fugiram 39 detentos, todos do Raio 3. A maior parte deles integrava grupos especializados em assalto a banco na modalidade “novo cangaço”, bem como explosões a caixas-eletrônicos. Até o final da manhã, 13 presos haviam sido recapturados pela polícia. A fuga ocorreu por volta das 2h, após aproximadamente 15 pessoas chegarem em três veículos - sendo um Gol um Siena, uma picape Fiat Strada - e cinco motocicletas. Após a detonação das dinamites, os presos fugiram e dois homens armados com metralhadora e fuzil deram cobertura da carroceria da picape. Houve troca de tiros, seis detentos ficaram feridos e foram levados ao pronto-socorro de Cuiabá, mas não correm risco de morte. “A explosão causou uma nuvem de poeira o que dificultou a ação dos policiais. Foi uma intensa troca de tiros, cerca de 20 minutos”, informou o secretário-adjunto de administração penitenciária, coronel da PM Clarindo Alves de Castro. Policiais militares, que chegavam nas viaturas que faziam rondas em outros bairros, foram recebidos à bala. Dos 39 presos que fugiram, 23 conseguiram ser resgatado pelo bando. No Raio 3, estão presos 231 detentos, sendo que no presídio todo 1.891 entre provisórios e sentenciados. O superintendente-adjunto de gestão penitenciária, Gilberto Carvalho, assinalou que os presos do Raio 3 cometeram dois tipos de crime – roubo e furto. “Na questão do roubo, a nota de culpa (documento que informa pelo qual crime a pessoa está presa) só fala o artigo, não traz detalhes”, ressaltou. O coronel Castro explicou que na sexta-feira à tarde, houve uma checagem nas celas de todos os raios, inclusivo do Raio 3, e estava tudo normal. “A suspeita é que tenham serrado a partir da sexta-feira à noite. A fuga foi de fora para dentro e não ao contrário”, frisou. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos informou, por meio da assessoria de imprensa, que foi aberto um processo administrativo para apurar os fatores que contribuíram para fuga. Na investigação, será constatado se houve ou não a participação de servidores. Na tarde de ontem, o buraco foi fechado de foram emergencial e um engenheiro da secretaria analisou a estrutura para dimensionar as reformas definitivas.