O governador Pedro Taques voltou a fazer um apelo, ontem, para que os profissionais da rede estadual de Educação, em greve há 53 dias, retornem às salas de aulas. “Eu peço aos professores que terminem a greve. O momento não é de greve”, disse o governador, enumerando as três reivindicações feitas pela categoria.
Taques lembrou que a primeira cobrança é a realização de concurso público. “Nós não podemos fazer concurso neste ano para professores. Mas, eu entendo que precisamos de concurso. O secretário (da Seduc) Marco Marrafon entregou o cronograma de realização do concurso”, disse.
O segundo, citou ele, é o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA). “Já apresentamos à Assembleia Legislativa e não podemos pagar mais do que isso”, reforçou.
No fim do mês passado, a AL aprovou o projeto de lei do governo do Estado, que definiu a forma de pagamento da RGA dos servidores públicos. A decisão fixou o índice de 7,36% da RGA a serem pagos em três parcelas, sendo 2% em setembro deste ano e 2,68% nos meses de janeiro e abril de 2017. Os professores cobram os 11,28%.
A terceira reivindicação se refere à proposta de adesão ao modelo de Parceria Pública Privada (PPP), nas escolas. “PPP não é privatização. Nós mudamos alguns temas da PPP para atender os professores e iremos debater com a comunidade escolar. Eu peço aos professores que voltem às aulas. Nós estamos trazendo prejuízos aos alunos e para a sociedade mato-grossense”, reforçou.
A princípio, a proposta das PPPs abrange 76 escolas estaduais e 15 Centros de Formação de Professores (Cefapro). Todos terão a parte administrativa repassada à iniciativa privada.
Porém, para o Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), isso significa o início de um processo de “privatização da educação”. A entidade avalia a medida como extremamente negativa e que terá consequências pedagógicas.