O Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) apreendeu neste fim de semana uma carga de 13 tabletes de pasta base de cocaína (aproximadamente 13 kg), que seriam comercializados no município de Pontes e Lacerda (a 457 km de Cuiabá). A droga era transportada por dois passageiros de um ônibus que seguia pela MT-473, no posto Matão.
O primeiro suspeito disse que comprou a droga em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e receberia U$ 500,00 pela venda de cada tablete. Já o segundo suspeito afirmou, em depoimento, que pegou a droga em San Vicente, também na Bolívia, e receberia R$ 1 mil pelo transporte. Os dois homens foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal, em Cáceres (a 215 km de Cuiabá).
Nos primeiros seis meses de 2016, o Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron) apreendeu mais de duas toneladas de drogas na região fronteiriça do Brasil com a Bolívia.
Os dados são de janeiro a 30 de junho e apontam que o montante supera em 30% o total de entorpecentes (cloridato de cocaína, pasta-base, maconha e haxixe) apreendido em todo o ano passado, que foi de pouco mais de 1.770 quilos. Se for comparado apenas aos resultados do primeiro semestre de 2015, os números deste ano são ainda mais expressivos: um salto de 284%.
Crimes na fronteira
Outros números deste primeiro semestre também ganham destaque, se comparado com o mesmo período do ano passado. Ao todo, 182 pessoas foram presas na fronteira e mais de 10 mil quilos de produtos foram apreendidos por contrabando e descaminho, quando a mercadoria não tem nota fiscal.
“A maioria dos produtos que passam pela fronteira como contrabando é cigarro, vestuário e eletrônicos”, pontuou o coordenador administrativo do Gefron, Major PM Fábio Ricas.
O Grupamento ainda apreendeu 108 veículos, 31 armas de fogo, 510 munições e realizou 24 prisões por mandados. Também na fronteira, o Gefron apreendeu mais de R$ 83 mil e U$ 387 mil, dinheiro sem comprovação de origem.
Para o major, os resultados obtidos pelo Grupamento se devem a quatro importantes fatores: integração entre as instituições, suporte ao setor de Inteligência do Gefron, investimento da Secretaria de Estado de Segurança Pública e gestão. “Caminhamos para melhorar ainda mais. O trabalho do Gefron não ajuda só Mato Grosso, mas o Brasil inteiro, pois esta droga iria para outros estados”, destacou.
Tráfico de drogas
O crime nos mais de 900 km da faixa de fronteira entre o Brasil e a Bolívia é geralmente realizado por “mulas”, pessoas contratadas pelos traficantes para o transporte de drogas.
O transporte do entorpecente utiliza os meios fluvial, terrestre e aéreo, sendo este último em rápidos descarregamentos em pistas de pouso improvisadas ou zonas rurais, por meio de arremessos. Automóveis, ônibus de linha regular, veículos de cargas, motocicletas, bicicletas são outras modalidades utilizadas pelos traficantes para fazer o transporte da droga.
Os tipos de drogas mais apreendidas entre o Brasil e a Bolívia, em Mato Grosso, são pasta base, cocaína e maconha.
Investimentos
O reaparelhamento das instituições da Segurança Pública do Estado com armamento, munições e viaturas é uma das prioridades da atual gestão. Desde 2015, o Gefron recebeu 30 pistolas calibre .40, modelo 840 P e 157. Foram adquiridas também 600 munições calibre .40 e 556. O grupamento recebeu ainda duas caminhonetes L200, com identidade visual padrão internacional.
O fardamento foi outro investimento realizado na unidade. A nova farda do grupamento é leve, resistente ao fogo, com grande durabilidade e camuflagem com as características da vegetação da fronteira Brasil-Bolívia.