Os mais de três mil agentes penitenciários de Mato Grosso paralisam as atividades na próxima quinta-feira (18), em sinal de alerta e em protesto contra o Governo do Estado. A manifestação acontece após a longa greve do funcionalismo público estadual, que durou mais de 60 dias, período em que presidiários determinaram ataques contra ônibus e aumentou a sensação de insegurança na população mato-grossense.
Os agentes alegam que acordos firmados com representantes do poder público não vêm sendo cumpridos. Diante disso e do descontentamento, eles já sinalizam para uma nova paralisação por tempo indeterminado das atividades a partir de setembro. Entre as promessas estão, a realização de concurso público, a compra de fardamento, coletes balísticos, escâner corporal e novas viaturas,
O presidente do Sindicato dos Agentes (Sindspen/MT), João Batista, informou que o Estado também havia prometido alterar a lei de carreira dos profissionais para autorizar o pagamento da jornada voluntária, o que não ocorreu. “Isso em tese significa um agente fazer hora-extra na sua folga, para poder ajudar as unidades que estão sem efetivo”.
A segurança dos presídios será mantida durante as 24 horas da paralisação. No Estado, a estimativa é de que haja um déficit de cinco mil vagas no sistema penitenciário. Atualmente, cerca de 11 mil pessoas estão presas em cadeias e penitenciárias, sendo que o sistema tem capacidade para seis mil. A superlotação traz consequências para quem trabalha nas unidades e para quem cumpre a pena.
Em assembleia geral, além da paralisação de 24 horas, a categoria aprovou uma nova reunião para o inicio de setembro, tendo como pauta principal indicativo de greve geral.
Na última greve dos agentes penitenciários, que teve início em maio passado, os presos se revoltaram com a suspensão das visitas e comandaram diversos ataques em Cuiabá e no interior do Estado.
Na ocasião, três ônibus foram incendiados na Grande Cuiabá e um agente prisional foi alvo de tiros. Além disso, uma viatura da Polícia Militar e uma Kombi também foram incendiados na cidade de Primavera do Leste (240 quilômetros de Cuiabá), e, em Barra do Garças (520 km de Cuiabá), dois carros do Centro Socioeducativo foram queimados no pátio da unidade. (JD)