Concorrência não deve ser encarada como bicho papão
A Unemat acabou de divulgar os aprovados do último concurso vestibular próprio 2016/2. Mais de 14,8 mil inscritos disputaram as 2.440 vagas oferecidas pela Instituição, para matrícula no segundo semestre de 2016. Os candidatos disputaram vagas para 59 cursos regulares e dois na modalidade diferenciada, distribuídos em 12 municípios de Mato Grosso. A Unemat oferece 25 profissões de nível superior e, por ser uma Instituição de Ensino Superior (IES) pública, da matrícula ao diploma os acadêmicos da Unemat não têm custo algum com a Universidade.
Neste último vestibular os cursos, principalmente, de Medicina e de Direito confirmaram a grande procura dos vestibulandos. Medicina, no câmpus de Cáceres, foi o mais concorrido com 372,42 candidatos por vaga. Os cursos de Direito ocuparam do segundo ao sétimo lugar, como os mais concorridos. Em Cáceres foram 61,13 candidatos por vaga, em Pontes e Lacerda 39,94, em Diamantino 37,83, em Alta Floresta, 29,75 e em Barra do Bugres 27,63. O curso de Engenharia Civil, no câmpus de Sinop, foi o oitavo mais concorrido com a disputa de 25,13 candidatos por vaga e em nono o curso de Pedagogia, em Cáceres com 21,44 candidatos por vaga.
Os vestibulandos testaram seus conhecimentos durante cinco horas, em que responderam 40 questões divididas em Ciências da Natureza, da Matemática, Humanas, Linguagens, Códigos e suas tecnologias, mais a redação. Na Unemat do total de vagas ofertadas 25% são reservadas para o Programa de Inclusão e Integração Étnico-Racial, 35% para estudantes oriundos de escolas públicas e 40% para ampla concorrência. A Instituição oferece, além da entrada pelo vestibular próprio, a entrada por meio do SiSU/Enem.
Concorrência não deve ser encarada como bicho papão
Passar no vestibular para Medicina é uma das maiores façanhas para um vestibulando. O grau de dificuldade é alto, em função da concorrência em todas as IES que oferecem o curso no país, independente de serem públicas ou privadas. Os pais de vestibulando ainda preferem ou contam com a primeira opção. O alto custo do curso de Medicina nas IES privadas por vezes frustram a alternativa. Com a cuiabana Pietra Thomazini Teodoro, de apenas 18 anos de idade, não foi diferente. Mas, ela reagiu e conseguiu, passou em 1º lugar para o curso de Medicina da Unemat, após encarar uma concorrência de 372,42 candidatos por vaga.
Unemat Comunica: Por que Medicina?
Pietra Thomazini Teodoro: A minha escolha começou quase como uma brincadeira. Eu estava na sexta série do Ensino Fundamental e era fascinada por aquelas séries americanas de emergências hospitalares, sempre pensei: eu quero essa vida doida pra mim. A partir daí comecei a pesquisar mais sobre o curso, conversar com médicos, visitar hospitais e acabei me apaixonando ainda mais pela profissão.
UC Você traçou alguma estratégia para atingir seu objetivo?
PTT: Meu foco era ficar perto da minha família, então sempre procurei instituições no estado, por tal motivo, acabei focando muito no Enem. No terceiro ano do Ensino Médio, fiz 740 pontos no exame, uma nota um tanto baixa para o curso. Continuei no curso pré-vestibular mas, em 2015, não consegui aumentar satisfatoriamente minha pontuação. Depois de um ano de cursinho, dois anos tentando, não alcançar o objetivo me fez repensar a escolha por Medicina.
UC: Então chegou a pensar em desistir?
PTT: Sim, mas quando estava querendo desistir, minha mãe me levou para conhecer uma UTI neonatal em um hospital público. Para minha surpresa, em meio a todo aquele caos, eu senti uma paz enorme e tive a certeza de que tentar outra vez valeria a pena para alcançar aquilo que, agora, eu tinha certeza de que era meu sonho.
UC: Esta foi a primeira vez que você passou?
PTT: Não. Em 2016 fui para meu segundo ano de cursinho e em julho fui aprovada no vestibular da Univag, mas devido ao custo altíssimo da instituição decidi não cursar. Essa foi a segunda vez que prestei o vestibular da Unemat. Na primeira não passei nem perto da segunda fase. A estadual sempre foi uma escolha muito visada por preencher meus desejos para uma universidade: ter reconhecimento e credibilidade, ser uma instituição de tradição, onde eu pudesse ficar perto de casa.
UC: O que mudou do primeiro para o segundo vestibular?
PTT: Além do preparo específico (resolver provas anteriores e estudar conteúdos específicos programados), sinto que a aprovação é fruto principalmente de uma jornada de dedicação e estudo. Durante os últimos anos, me privei de algunsprazeres por saber que valeria a pena. Nunca fui de virar madrugadas, nem de me trancar no quarto o domingo todo estudando, mas sempre tive momentos programados para o estudo, horas em que eu conseguia, de fato, me concentrar, mesmo que fossem poucas por dia, o importante era estar totalmente comprometida naquele momento. Percebi, nesse último ano, que o que me fez realmente amadurecer em relação ao conteúdo foi separar uma carga horária maior para estudar sozinha: fazer resumos, resolver exercícios, provas, fazer as dúvidas aparecerem e saná-las.
UC: Uma dica para aqueles que como você sonham cursar medicina.
PTT: Bom, nunca sei dizer com propriedade quando alguém me pede uma dica. Essa aprovação é resultado de uma soma de esforços ao longo dos anos e de bastante determinação. Não é fácil, o curso de Medicina é extremamente concorrido, principalmente em instituições públicas, mas o prazer de ver seu nome na lista de aprovados é único, te faz esquecer todas aquelas noites mal dormidas, aqueles choros depois das aulas de İsica, aquela festa que você deixou de ir, aqueles outros vestibulares que não passou... É impagável! Se pudesse dar um conselho, diria para não desistir nunca!