Transmitido pelo Aedes aegypti, o zika vírus contabiliza 24.512 casos, neste ano em Mato Grosso. O número representa um aumento de 163% do total anual de 2015, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), no último dia 22. Um dos agravantes é o fato do vírus estar relacionado com o nascimento de crianças com microcefalia, má formação que até 19 deste mês o Estado registrava 338 casos. Do total, 133 em investigação.
Diante da emergência, um teste rápido capaz de diagnosticar a zika em qualquer ambulatório do país foi liberado no início deste mês para produção pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A prioridade é atender as gestantes.
O kit diagnóstico identifica o vírus no sangue de quem tem ou já teve a doença em cerca de 20 minutos. O teste foi desenvolvido em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a empresa norte-americana Chembio.
Antes, no final de outubro passado, o Ministério da Saúde (MS) anunciou a compra de 3,5 kits diagnósticos rápidos para zika produzidos pelo laboratório Bahiafarma, ao custo de R$ 34 cada. Sendo que 2,5 milhões serão distribuídos em novembro e dezembro e o restante deve ser entregue até fevereiro de 2017.
A intenção é que os testes estejam disponíveis para uso no Sistema Único de Saúde (SUS) antes do período de verão, quando a circulação do mosquito Aedes aegypti é maior, consequentemente, a incidência não só da zika, mas também da dengue e da chikungunya é maior. Estas outras duas doenças também são causadas pelo Aedes.
Neste ano, o Estado registra 27.257 casos de dengue, o que representa aumento de 04%, em relação ao mesmo período de 2015. O Estado acompanha ainda 46 óbitos, sendo 16 notificações de óbitos por dengue (5 confirmados), 16 de casos graves (6 confirmados) e 14 de dengue com sinais de alarme (9 confirmados).
Já as notificações de febre chikungunya são 1.427 casos, um aumento de 338% do total anual em relação ao ano passado. No Estado, apenas 13 municípios não registraram casos: Glória D’Oeste, Gaúcha do Norte, Santo Afonso,Canabrava do Norte, Santa Cruz do Xingu, Santa Terezinha, São José do Xingu, Vila Rica, Ponte Branca, Castanheira, Cotriguaçu, Vale de São Domingos e União do Sul.
Procurada há 15 dias para falar sobre os procedimentos de diagnóstico da zika e até mesmo sobre as ações de prevenção e combate ao Aedes em Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Saúde ainda não se posicionou sobre o assunto.
DIA “D” – Nesta quinta-feira, a Coordenação de Vigilância de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Cuiabá (SMS) realiza o dia “D” de combate ao mosquito Aedes aegypti. O intuito é mobilizar a população cuiabana contra o mosquito.
“Em Cuiabá, a mobilização tem como objetivo diminuir a infestação do mosquito e, em consequência, da dengue, chikungunya e zika vírus reduzindo os casos dessas doenças nesse período de chuvas”, informou a coordenadora da Vigilância de Zoonoses, Alessandra Carvalho, por meio da assessoria de imprensa. A mobilização na capital terá como foco de atenção os locais que podem acumular água e aumentar a proliferação do mosquito.
Entre as atividades previstas, na Praça Alencastro, que fica no Centro da capital, será montada uma exposição dos equipamentos e produtos químicos utilizados no combate ao mosquito.