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Mundo virtual: corretores geram "saias justas" em internautas
Por BLASTINGA NEWS
22/02/2017 - 11:49

Foto: reprodução

Que atire o primeiro smartphone quem nunca pagou mico por ter confiado no corretor ortográfico do celular, tablet, etc. Afinal, parece o tipo de tarefa rotineira em que máquinas são boas e até melhores do que muitos humanos: saber que se escreve "pente" e "saudade", não "pemte" e "saldade", por exemplo.

Os servos eletrônicos do homem estão prontos para corrigir (ou pelo menos tentar) quaisquer erros causados pela lacunas no conhecimento da ortografia, por negligência ou pela falta de destreza manual. Sabendo disso, algumas pessoas entregam-se de mãos atadas (ou se entregariam se não precisassem delas livres para digitar e postar nas redes sociais) ao bom senso dos corretores ortográficos de seus dispositivos.

Esta estratégia, porém, tem um ponto fraco: os corretores não têm ainda a capacidade de entender o contexto em que uma palavra está sendo usada e por isso deixam passar barbaridades. "Estrupo" não é o jeito certo de chamar uma modalidade de violência sexual - isto se chama "estupro"), mas é uma palavra antiquada para se referir a "tumulto, ruído, tropel" (dado do Dicionário Aulete), portanto provavelmente o corretor não ligará se ela for usada mesmo quando se quis escrever “estupro”. Pior é quando o programa tenta corrigir um erro que não existe, provavelmente porque a palavra usada originalmente não está no dicionário dele. Palavras estrangeiras e certas gírias estão bastante propensas a causar este tipo de confusão.

E é assim que um sujeito acaba contando para mãe que está a comer machos, (que seriam os nachos mexicanos, mais especificamente), mas que volta logo para casa. Verdade seja dita, a proximidade das letras "m" e "n" nos teclados convencionais dá razões para desconfiar. Talvez não tenha sido um erro causado pela inteligência artificial, mas pela estupidez natural e pela falta de jeito com as mãos mesmo. Uma alma mais maldosa poderia dizer que foi o que Freud chamava de ato falho: um deslize no discurso, na memória ou em um ato físico que revela as preocupações do subconsciente.

Em todo caso, a máquina ficou com a culpa. Outro problema dos corretores ortográficos: não podem denunciar imposturas. Enquanto não tiverem o poder de contradizer seus donos, eles, assim como os mordomos dos romances de mistério, serão sempre os culpados.

 

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