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Sem abates, JBS dá férias coletivas a funcionários de 4 frigoríficos em MT
Por POLLYANA ARAÚJO-G1
29/03/2017 - 16:48

Foto: IMAGEM ILUSTRATIVA

Medida é necessária em razão de embargos à carne brasileira, diz empresa.
Férias coletivas começarão na segunda (3) e atividades serão suspensas.

 
 

Funcionários de quatro frigoríficos de Mato Grosso receberam férias coletivas de 20 dias, como informou a JBS, nesta quarta-feira (29). A empresa alega que a medida se faz necessária em razão dos embargos temporários à carne brasileira pelos principais países importadores do produto e ainda à queda nas vendas nos últimos 10 dias, após a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.


A suspensão dos abates não será só nas unidades de Mato Grosso, mas em frigoríficos de outros quatro estados. Ao todo, os abates serão suspensos em 36 unidades, localizadas em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará.As férias coletivas, segundo a JBS, irão começar na próxima segunda-feira (3), nas plantas de Alta Floresta, Juína, Pedra Preta e Diamantino.

Em Mato Grosso tem 11 frigoríficos da JBS e seis manterão as atividades.

A empresa adianta ainda que as férias coletivas podem se estender por mais 10 dias, chegando a um mês. No entanto, argumenta que não tem intenção de demitir nenhum dos 125 funcionários.

"A companhia esclarece que é imprescindível ajustar os volumes de produção para normalizar os níveis de estoques de produtos destinados ao mercado interno, assim como reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo que ficaram represados durante esse período", diz trecho da nota.

Em 2016, 40% do faturamento da JBS, que corresponde a R$ 11,5 bilhões, veio das exportações.

Depois da operação, que investiga fraude na produção e comercialização de carne e corrupção envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura e produtores, a JBS suspendeu, na semana passada, os abates em 10 unidades de Mato Grosso e anunciou que nesta semana os frigoríficos iriam operar com apenas 35% da capacidade.

Além de corrupção, a PF também apura a venda, pelos frigoríficos, de carne vencida ou estragada, dentro do Brasil e no exterior. Segundo a PF, partidos como o PP e o PMDB também teriam recebido propina.

Seis frigoríficos já foram interditados por não atenderem às exigências técnicas na produção dos alimentos. Nenhum deles é é da JBS.

 

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