O que se ouve e o que se lê ultimamente, sobre a política de Cáceres, gira em torno da crise financeira que castiga o município. Sobre a fraca arrecadação, isso não é novidade para ninguém. Os últimos prefeitos eleitos em Cáceres, incluindo o Túlio nos seus dois mandatos, já conheciam antes da eleição a situação financeira do município. Mas todos, depois de eleitos, utilizaram a baixa arrecadação como desculpa para não fazerem nada. Mas também não fizeram nada para melhorar a arrecadação. Agora, além da falta de arrecadação, enfrentamos novos problemas, como o rombo na Previ-Cáceres – a prefeitura está descontando a previdência dos servidores e não está repassando, além de não pagar também a parte patronal. Somado com o não pagamento de parcelamento de dívida anterior, em agosto o montante da dívida da prefeitura com a Previ-Cáceres era de quase 2,5 milhões de reais. Outro problema grave, que constitui crime e que merece a atenção do Ministério Público: a prefeitura está descontando dos servidores os valores relativos a empréstimos consignados, mas deixou de repassar para a Caixa Econômica alguns valores. Servidores receberam comunicado de inclusão dos seus nomes no SERASA devido ao não pagamento de empréstimos consignados. Por último, já é dia 13 de setembro e muitos servidores ainda não receberam o salário de agosto. Uns receberam no quinto dia útil e alguns receberam hoje. A questão dos salários foi agravada com a recente lei, proposta pelo prefeito e aprovada por oito dos dez vereadores, que privilegia em torno de 200 servidores com incorporações salariais. É importante ressaltar que apenas o vereador e a vereadora do PT votaram contra as incorporações, por entenderem que o privilégio da minoria, que já recebe muito, além de ser ilegal e imoral, seria mais um motivo para dificultar o aumento de salários da maioria que recebe pouco. Entre a minoria privilegiada temos inclusive servidores que agora são candidatos a vereador. Uma candidata que recebe salário privilegiado, graças às incorporações imorais e ilegais, vem agora “Defender a implantação de piso salarial integral de professores e servidores da educação municipal”. Outros tantos já participaram desta ou daquela gestão, já mostraram que política defendem, de que forma trabalham, o quanto estão preocupados com a população, não pelas propostas atuais, mas pelas ações praticadas enquanto estiveram em seus cargos anteriores. Mas isso ainda não é tudo. Esta semana os vereadores apresentaram proposta, em sessão extraordinária, para praticamente dobrar seus salários. Isso mesmo, no momento em que se discute a crise financeira do município, vereadores querem dobrar seus salários. A vereadora Lúcia, do PT, foi contra, mas parece que a maioria está mesmo decidida votar a favor do aumento. O golpe deve se consumar na próxima segunda-feira, dia 17 de setembro, na sessão ordinária, a partir das 19 horas na Câmara Municipal de Cáceres. O salário atual de vereador é de aproximadamente R$ 4.800,00 (quatro mil e oitocentos reais). Se for aprovada a proposta de aumento vai para R$ 8.000,00 (oito mil reais). É momento da população reagir, lotar o plenário da câmara e protestar contra o aumento dos salários dos vereadores, que já ganham muito bem pelo pouco que fazem, com raríssimas exceções.