A Polícia Civil já identificou 4 meninos, entre 11 e 13 anos, vítimas do professor Siderley Walter Aguiar, 39, preso na última segunda-feira, após marcar um encontro com um menino de 12 anos no município de Sinop (500 Km ao norte de Cuiabá).
“Em depoimento, o suspeito confessou que tem atração por crianças do sexo masculino. Também foi checado um grupo que ele mantinha em uma rede social, mas não falavam sobre os abusos”, informou o delegado Carlos Eduardo Muniz.
Após a prisão de Siderley outras 2 vítimas compareceram na delegacia e confirmaram que houve sexo oral e outras circunstâncias que agravam ainda mais a situação do acusado. Por causa das novas denúncias, serão abertos mais 2 inquéritos policiais, onde suspeito deve responder por estupro. Conforme a Polícia, ele aliciava as vítimas por grupos no Whatsapp e Facebook.
“Com certeza há possibilidade de ter mais vítimas. Precisamos que essas pessoas procurem a polícia para denunciar. As mães precisam conversar com os seus filhos e trazer até nós. Não há necessidade de ter medo ou qualquer tipo de receio. Estamos empenhados em obter todas as provas para que o acusado pague efetivamente pelo que ele fez”, declarou o delegado ao site Só Notícias.
Ouvido na delegacia, ele foi autuado por estupro de vulnerável e encaminhado ao presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, onde está à disposição da justiça.
Os policiais chegaram até o suspeito após a denúncia de um familiar que levou o celular do garoto até a polícia. No aparelho tinham várias mensagens, foto do pênis, um vídeo do suspeito se masturbando, além de palavras “carinhosas”. O acusado marcou um encontro com o menor e dois policiais ficaram de campana. O garoto entrou no carro do suspeito, um Fiat Pálio preto e posteriormente o veículo foi abordado na avenida das Itaúbas, no bairro Jardim das Palmeiras.
Policiais também foram até a residência de Siderley, no bairro Jardim Violetas, e apreenderam computadores e demais objetos pornográficos. Em um primeiro momento foi informado que ele seria professor, porém, a informação foi retificada posteriormente. No entanto, em seu perfil no Facebook ele se apresenta como professor e tem várias fotos publicadas em sala de aula, inclusive com crianças que ele diz nas legendas tratar-se de seus alunos.
A Prefeitura de Sinop emitiu nota afirmando que o homem não é professor da rede municipal de ensino. “O suspeito, na verdade, é acadêmico do curso de letras e vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid)”, destaca a nota da assessoria de imprensa.
A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) informou, também através de nota, que adotou procedimentos necessários em relação a suspeita envolvendo o acadêmico de letras, que a pedido da coordenação institucional do Programa de Iniciação a Docência (Pibid) foi desligado do programa, até que todo o processo de investigação seja concluído.
A Unemat repudiou qualquer atitude ou violência contra menores e salienta que o Pibid é um programa financiado pelo governo federal com o objetivo de estimular o gosto pela docência inserindo os acadêmicos no ambiente escolar de forma a integra-lo com a realidade do aluno. Considere-se que a instituição vem desenvolvendo o Pibid desde 2010 e está é a primeira vez que um bolsista apresenta comportamento que não condiz com os valores da Unemat.