A greve dos servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran)/MT) chega, hoje, no quinto dia seguido sem perspectiva de avanço nas negociações. A categoria cruzou os braços para cobrar reajuste da tabela salarial, que estaria defasada há seis anos. O governo do Estado alega dificuldade econômica para atender à reivindicação.
“Não houve apresentação de contraposta ainda e por isso permanecemos em greve”, afirmou a presidente do Sindicato dos Servidores do órgão (Sinetran/MT), Daiane Renner. A adesão ao movimento grevista ocorre em todas as 71 unidades do Detran. “Estamos solicitando um padrão de tabela que já é executado nas demais categorias do Estado”, destacou a sindicalista.
Renner explica que a reivindicação da categoria é pela implantação de uma tabela completa para os quatro cargos que compõem a carreira do órgão, sendo eles, advogado do Detran, analista, agente e auxiliar do serviço de trânsito.
“Nós, estamos numa situação que (por exemplo), o nosso nível superior recebe menos que o nível médio de outras carreiras. Já o nosso nível médio recebe menos que o pessoal que tem o ensino fundamental de outras carreiras. Então, têm alguns cargos mais defasados que os outros”, citou.
No início da semana, o governador Pedro Taques em entrevista à uma rádio local informou que o Estado pretende cortar o ponto dos grevistas caso a Justiça considere o movimento ilegal. Para o governador, o cidadão mato-grossense não pode ser prejudicado. Além disso, ele destaca que o servidor em estágio probatório não pode fazer greve, sendo que o órgão conta com cerca de 200 profissionais convocados há apenas quatro meses.
O concurso público não é pauta neste momento do movimento, mas há uma pendência referente a nomeação. Até agora, segundo Renner, foram convocados apenas 170 aprovados, sendo que ao todo são 489 nomeações previstas.
A decisão de paralisar as atividades por tempo indeterminado foi tomada pela categoria porque depois de oito meses de notificações e quatro de mesa de negociação com a Casa Civil e Secretaria de Gestão, o Governo negou o reajuste reivindicado e não apresentou proposta sob a alegação de dificuldades financeiras.
Em Mato Grosso, o Detran possui cerca de 930 servidores. O movimento grevista afeta serviços como banca examinadora, emissão de documentos e pagamento de taxas. (JD)