Funcionários do Hospital Regional de Cáceres se reúnem hoje, a partir das 15 horas, no auditório da unidade, para discutir medidas que pretendem tomar em relação a atual situação do hospital. Em um telefonema, uma funcionária concursada disse na manhã de hoje ao Diário de Cáceres que, além da incerteza sobre  a situação de cada trabalhador, o hospital está sem luvas para procedimentos, sem álcool e com o estoque de agulhas quase zerado. "É total a falta de respeito  do governo para com os funcionários, e para com os pacientes que precisam do atendimento. As decisões são tomadas e somos os últimos a saber. Até quando isso?" -desabafou. Segundo ela, na reunião de hoje serão apresentados os dados que serão levados ao Ministério Público Estadual, para a oficialização de uma denúncia.

 

A gestão do hospital deveria ser assumida pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste de Mato Grosso (CISOMT), a partir de 1º de outubro. Um Termo de Convênio, para esse fim, foi assinado no último dia 12, pelo Cisomt e Secretaria de Estado de Saúde. Mas o Consórcio voltou atrás, "com medo dos constantes atrasos de repasses financeiros por parte do governo".

A Associação Congregação Santa Catarina já foi enfática que não quer mais a gestão- cujo contrato encerra-se no dia 30 próximo, tendo até mesmo prorrogado o tempo a frente da unidade até que houvesse uma solução. Com o retrocesso do Cisomt, não se sabe o futuro do hospital. Até sexta-feira, trabalham os cerca de 400 contratados  demitidos que cumprem aviso prévio. O número de concursados é pequeno e não consegue atender a demanda de um hospital que atende em torno de 400 mil pessoas em 24 cidades (dados da SES). O consórcio chegou a anunciar que faria contratações emergenciais por 45 dias, período que poderia ser prorrogado por mais 45 dias, seguindo a legislação trabalhista -e que poderiam ser aproveitados os atuais contratados (que cumprem aviso prévio até o dia 30).