O governo do Estado eleva o tom e exige de forma rigorosa maior celeridade na execução das obras da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Cáceres. Em uma reunião técnica com engenheiros da construtora Primus Incorporação e Construção Ltda e o arquiteto Gilberto Guimarães, responsável pela elaboração dos projetos, o secretário adjunto da Secretaria de Estado das Cidades (Secid), Ernesto Negretti chegou a fazer uma comparação curiosa:
“Essa demora excessiva é inadmissível. O americano levou três dias para chegar à lua e, em Cáceres, depois de nove meses, a obra que era para ser entregue em um ano, não está sequer 10% concluída” afirmou assinalando que “a população tem razão em cobrar porque o serviço não anda”. E, acrescentou ainda com mais rispidez: “queremos uma resposta: quem errou tem que assumir ou será responsabilizado. Hoje não saímos daqui sem ter uma definição”.
Em uma conversa particular com a reportagem o secretário adjunto disse que “em razão da demora excessiva da obra, o governo vem passando por mentiroso. Não temos mais o que falar a população. Não temos mais o que justificar. A continuar dessa maneira, daqui a algum tempo o governador terá dificuldade em visitar a cidade por uma culpa que não dele. Mas, sim de determinadas pessoas que não fizeram o serviço como deveria fazer”.
A cobrança foi feita na tarde de terça-feira (6/1) no canteiro de obras da empreiteira Primus. Acompanhado por uma equipe de engenheiros, o secretário adjunto da Secid, informou que já foram feitas nove do total de 12 medições para entrega da obra. E, até agora depois de mais de oito meses, apenas 9% do projeto foi concluído. Durante a reunião, Negretti isentou a empreiteira pelo atraso. Ele disse que a empreiteira faz o que está no projeto. Mas, em razão nas falhas constatadas impossibilita o trabalho de evoluir.
Na oportunidade o engenheiro da empreiteira, Pedro Júnior, disse que o governo vem repassando os recursos, de acordo com as medições. E, que os atrasos dos repasses, geralmente, são decorrentes dos atrasos das medições, que ocorrem, por sua vez, pelas falhas dos projetos. E, que, inclusive, os funcionários – cerca de 30, já receberam a segunda parcela do 13º salário e que eles não têm o que reclamar. Júnior disse ainda não adianta aumentar o número de funcionários se as falhas estão nos projetos.
No final, após três horas de reunião, os engenheiros elaboraram uma Ata apontando as falhas e o que terá que ser feito para saná-las. Citado como possível responsável, o engenheiro Gilberto Guimarães, admitiu que um erro no projeto topográfico do terreno, feito por um conhecido agrimensor da cidade, desencadeou todos os problemas que estariam culminando com a demora dos serviços. Mas, assumiu o compromisso de corrigi-los e entrega-los totalmente concluído em 15 dias.
Lançada no mês de maio de 2017 pelo governador Pedro Taques, a obra era para ser entregue em 12 meses. Ou seja: no mês de maio de 2018. Posteriormente, após a descoberta de erros nos projetos de drenagens e da fundação, o diretor da empresa Robério Garcia, pediu mais tempo. Pelo menos, mais dois meses. Passando a entrega para o mês de julho. Agora, com essas novas readequações, o governo já não arrisca uma data para a conclusão.
A primeira fase das obras da ZPE tem valor inicial previsto de R$ 16 milhões, montante já garantido pelo Governo Estadual. A área total é de 239,68 hectares e será dividida em cinco módulos. O projeto total da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres está orçado em R$ 60 milhões. O espaço terá capacidade de abrigar 230 indústrias, principalmente das áreas de agronegócio e alimentação.
Serão construídos na primeira fase o prédio administrativo, um restaurante, o bloco da Receita Federal, um pátio de manobra, além da guarita principal de pedestre, guarita principal de veículos, guarita secundária de veículos e um galpão. Também estão previstas a construção da rede de água, uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), drenagem, além de estações elétricas.
As ZPE’s são distritos industriais que possibilitam a comercialização de mercadorias com isenção fiscal. A escolha de Cáceres para a construção da zona aduaneira deve-se à localização estratégica, que possibilita o transporte dos produtos via Oceano Pacífico.
Em contato com a reportagem o deputado Dr. Leonardo se mantém otimista. Ele reafirmou o compromisso em lutar em defesa da implantação da ZPE. Diz que além de ajudar na solução das questões burocráticas, está mantendo contatos com vários empresários viabilizando a instalação de indústrias na área da ZPE. “Eu, assim como o prefeito Francis estou mantendo contatos com empresários de dentro e fora do país, mostrando a viabilidade da ZPE. E, as perspectivas são boas” afirmou. O prefeito Francis reafirmou que após a implantação da ZPE Cáceres deverá ser a maior economia do Estado.