A empresa de turismo Princesa, contratada pela secretaria de Educação para auxiliar no transporte escolar, em Cáceres, será responsabilizada, administrativamente, por possíveis danos a alunos da rede pública municipal. Ela foi notificada para esclarecer o uso de um ônibus, em precárias condições, para o transporte de dezenas de alunos da escola Buriti, no distrito de Vila Aparecida, zona rural a 100 quilômetros do município.
“Nós já notificamos a empresa para explicar. Isso é inadmissível. O contrato determina que seja utilizado no transporte escolar, ônibus em perfeitas condições, principalmente, de segurança aos alunos” informou a secretária Eliene Liberato Dias. O transporte dos alunos, gravado por uma estudante na semana passada, mostra o interior do veículo, em situação deplorável, com as poltronas danificadas e as crianças sem cinto de segurança.
Coordenador municipal do transporte escolar, Orisvaldo José da Silva, informou que, apesar do rigor, o responsável pelo setor de transporte da empresa teria burlado a fiscalização.
“A fiscalização é rigorosa, mas nesse dia, sem a gente saber, foi usado esse ônibus em péssimas condições” disse Orisvaldo assinalando que, a justificativa apresentada por Edvonei de Oliveira, representante da empresa contratada, foi que “estava prestando socorro porque o carro que faria o transporte dos alunos nesse dia havia quebrado” e que “usou o ônibus velho para evitar que os alunos faltassem a aula”.
Há informação, no entanto, que o ônibus, caindo aos pedaços, fez o transporte dos estudantes, em pelo menos dois dias.
No vídeo, a estudante reclama da condição do ônibus. “Vejam se tem como a gente utilizar um transporte escolar desses para ir à escola em um ônibus cheio de crianças. Olhem a situação dos bancos. Isso porque o ônibus foi mandado de Cáceres porque o nosso está quebrado” diz acrescentando que muitas vezes, os estudantes chegam atrasados à escola por problemas mecânicos no veículo.
“Esses dias o ônibus parou no meio da estrada e não tínhamos como ir para a escola” contou avaliando que é preciso investir em educação. “A gente contribui com impostos para ter educação e transporte de qualidade e aqui não temos transporte para chegar à escola”. Coordenador do transporte escolar, Orisvaldo da Silva informou que, o município dispõe de 42 ônibus. Para atender toda a demanda, segundo ele, seria necessário, pelo menos, mais 70 veículos. Dai a necessidade de terceirizar o transporte de alunos.