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Obra da ZPE em Cáceres está atrasada e sem previsão de conclusão
Por Eunice Ramos, TV Centro América
26/04/2018 - 11:53

Foto: G1
O contrato para construção da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, expira em maio, mas a obra não será entregue à população no prazo previsto. A empresa Primus Incorporação e Construção, que está fazendo a obra, venceu a licitação após uma batalha na Justiça e conseguiu avançar apenas 10% do projeto. 
 
A Secretaria Estadual de Cidades (Secid-MT) estuda o que será feito após o vencimento do contrato. À reportagem, a construtora alegou que o governo não teria feito os pagamentos necessários e que os atrasos teriam se iniciado em novembro do ano passado.
 
Por telefone, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (SEDEC-MT) reconheceu que deve R$ 182 mil à empresa e afirmou que a construtora ainda tem documentos para entregar. A pasta alegou, porém, que já foram liberados cinco pagamentos.
 
O engenheiro responsável pela obra não quis gravar entrevista, mas disse que a obra não avançou porque o projeto feito pela empresa contratada pela Azpec, responsável por administrar a ZPE, tinha erros. A Azpec, por sua vez, não quis se manifestar sobre o assunto.
 
A ZPE de Mato Grosso deve ser construída em uma área de quase 240 hectares, na fronteira com a Bolívia, região que é estratégica para o escoamento da produção do estado e para a integração econômica com os países sul-americanos. Quando a ZPE estiver operando, a expectativa é de que sejam gerados cerca de 20 mil empregos.
 
Ao todo, deverão ser construídos cinco módulos com capacidade para abrigar 230 indústrias. Na primeira etapa, serão construídos oito prédios para a instalação da Receita Federal, administração, oficina mecânica, restaurante, apoio ao motorista e guaritas.
 
Os outros módulos serão comercializados com as empresas interessadas em se instalar. Em troca, elas terão isenção de impostos para exportação.
 
Várias empresas já demonstraram interesse em se instalar. O problema é que o projeto, que deveria ser executado em 12 meses, anda a passos lentos. No dia 1º de maio termina o contrato com a empresa responsável pela obra e, até agora, apenas 10% dos trabalhos estão concluídos.
 
Problemas na licitação
 
Na licitação coordenada pela Secid, quatro empresas que se candidataram para executar a obra foram desclassificadas por inconsistência nas planilhas.
 
Uma delas, a Primus, entrou com mandado de segurança na Justiça, que foi atendido pela desembargadora Antônia Siqueira Gonçalves Rodrigues. A empresa, então, assumiu a obra, mas agora está pedindo prorrogação de prazo – o que ainda está sendo avaliado pela Secid.
 
A Primus pertence ao G|rupo Engeglobal – que atuou em obras da Copa de 2014 que até hoje não ficaram prontas, como os centros de treinamento da Barra do Pari e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a reforma e ampliação do Aeroporto Marechal Rondon. Procurada, a empresa não quis se manifestar.
 
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