Como em todo o Brasil, em Cáceres também foi baixo o número de crianças vacinadas, bem menor do que o esperado. Dos 95% de meta, apenas 48% foi atingido na vacinação contra a poliomielite e 47% para as vacinas contra o sarampo, segundo o secretário municipal de Saúde, Tonny Mendes. “Nossa meta era vacinar cerca de 6 mil crianças, mas, infelizmente, mais da metade não compareceu”, lamenta o secretário. Foram aplicadas 2.846 vacinas contra pólio e 2.831 contra o sarampo.
A vacinação continua em todos os postos, até o fim deste mês
Tonny lembra que o Estatuto da Criança prevê punição para os responsáveis por crianças que deixam de vaciná-las sem uma justificativa. “É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. É previsto multas para esses casos”, destaca. Conforme o Estatuto, descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar, deverá pagar multa de três a vinte salários mínimos de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
O baixo índice de vacinação de crianças no país é o mais baixo em 16 anos, segundo o Ministério da Saúde. Pela primeira vez no período, todas as vacinas indicadas a menores de um ano ficaram abaixo da meta, que prevê imunização de 95% deste público. A maioria tem agora índices entre 70,7% e 83,9%. A exceção é a BCG, ofertada nas maternidades, com 91,4%.
Os dados são do PNI (Programa Nacional de Imunizações), estratégia reconhecida internacionalmente pelo sucesso no controle de doenças no país. Até o ano passado, o ministério afirmava que ainda era cedo para verificar uma tendência de queda na vacinação. Agora, o governo federal já admite o problema.
Entre as vacinas com redução na cobertura estão aquelas que protegem contra poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, difteria, varicela, rotavírus e meningite.
A presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), Isabela Ballalai, disse que 70% de cobertura significa ter 30% de suscetíveis. “Aí, a chance de as doenças voltarem é muito grande", afirma.