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Sicredi veta uso da marca pelo Operário de VG, após contratação do goleiro Bruno
Por Allan Pereira
20/01/2020 - 13:37

Foto: arquivo

A cooperativa Sicredi exigiu que a marca da empresa não seja utilizada pelo Clube Esportivo Operário Várzea-grandense durante o campeonato estadual deste ano. A decisão leva em consideração a contratação do goleiro Bruno Fernandes, de 35 anos, condenado a mais de 20 anos de prisão pelo sequestro, homicídio e ocultação de cadáver da ex-namorada Elizia Samudio, em 2010.

 
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cooperativa. O Sicredi segue apoiando financeiramente a Federação Mato-Grossense de Futebol e o campeonado de 2020.
 

Bruno tem que esperar aval da Justiça de Minas Gerais para vir para Várzea Grande. Só depois disso é que ele será apresentado ao time. A contratação do goleiro no Boa Esporte, em 2017, um dos times pelo qual jogou após passar a cumprir pena em regime semiaberto, fez com que o clube perdesse quatro patrocinadores, segundo reportagem do Globo Esporte.

Protesto contra a contratação

Um grupo de mulheres chamado “Bloco das Meninas” também irá protestar, na noite desta terça (21), na Arena Pantanal. O local, no entanto, pode ser alterado, já que as manifestantes souberam que o Operário vai organizar um evento no Estádio Dito Souza, em Várzea Grande, no mesmo horário. Caso seja confirmado, o local será redefinido.

O protesto receberá apoio também do Núcleo Feminino da Força Jovem Operário, que já se manifestou contra a contratação. Em nota, afirma que "aceitar a contratação dele de forma tranquila é naturalizar e ser conivente com as opressões que lutamos. Nós, mulheres que frenquetamos a arquibancada que lidamos diariamente com o machismo dentro dos estádios e torcidas não podemos aceitar de forma natural".

O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso, que já se posicionou contra a contratação por meio de nota, também vai participar. Segundo a presidente Glaucia do Amaral, o repúdio por meio de nota não surtiu nenhum efeito no time. “Não obtivemos resposta nenhuma”.

Glaucia ressalta que não faz parte da organização do protesto, mas que, representando o Conselho, somente o integra. Aponta que o objetivo é questionar o Operário e também seus patrocinadores sobre a contratação. “A idéia (das empresas) é associar o nome deles a um feminicida?”.

Acredita também que a mensagem que se passa é que o time, “que tem uma função social”, chancela a ideia de feminicidio. “Não temos nenhuma crítica quanto a ressocialização. Mas o fato é que o ídolo de crianças e de famílias não pode ser um feminicida que, sequer, diz que se arrepende. Pelo contrário, o que ele busca é retomar o status anterior que ele tinha".

 

Para Glaucia, a contratação dá a imagem de que o goleiro “busca fugir das consequencias do que fez”. Afirma que, caso a contratação siga adiante, haverá campanhas junto ao Operário e seus patrocinadores, além do protesto. “Um dos nossos objetivos é que não se assistam jogos, não comprem ingressos, não financie”.

 
 
 
 
 
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