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Vereadores de Cáceres voltam ser responsabilizados pela não eleição de deputados estaduais do município (Vídeo)
Por Sinézio Alcântara/Expressão Notícias
28/06/2024 - 10:28

Foto: Expressão Notícias

A pouco mais de três meses das eleições municipais que irão eleger novos representantes dos poderes Executivo e Legislativo, em todo país, vereadores de Cáceres voltam a ser lembrados e responsabilizados pela não eleição de deputados estaduais, para representar o município na Assembleia Legislativa.Candidato a deputado derrotado, nas eleições de 2022, em entrevista ao programa Espaço Livre, da Rádio Difusora, o advogado Nestor Fidelis (Patriota) afirmou que sua eleição foi prejudicada porque a maioria dos vereadores, apoiou candidatos de fora, em detrimento aos da cidade.“A 10 dias das eleições as pesquisas indicavam que eu estava com 9.8% de aceitação, o que me dava uma votação de cerca de 4 mil votos em Cáceres. A 5 dias essa percentagem caiu. Meu companheiro, Irajá Lacerda me perguntou o que estava acontecendo. Fui pesquisar e fiquei sabendo que os vereadores que garantiram apoio a minha candidatura passaram a apoiar e pedir votos para candidatos de fora”Fidelis disse que procurou um dos vereadores que havia firmado compromisso com ele e a resposta foi a seguinte: “você poderá ser um bom deputado, mas, infelizmente, não vou poder te apoiar. Vou ter que ajudar outro candidato porque ele vai bancar a minha campanha em 2024. Tenho que pensar em mim. Tenho que ganhar dinheiro”.Ainda demonstrando ressentimento Fidelis afirmou que “infelizmente a maioria da pessoas veem nas eleições uma forma de ganhar dinheiro. Eu senti isso na pele. Por dinheiro apoiam e pedem voto para pessoas que não tem nenhum vínculo com a cidade. E, o resultado é o que ai está: Hoje todos sofremos porque não temos representante na Assembleia Legislativa”.O ex-candidato disse ainda que “sai candidato por Cáceres porque minha família é daqui. Tenho residência em Cuiabá e em Cáceres. Se tivesse centrado minhas forças em outro município certamente teria melhor resultado”.Francis: “vereadores visaram apenas o interesse próprio”É a segunda vez que os vereadores são responsabilizados pela falta de um deputado de Cáceres na Assembleia Legislativa. Primeiro a denunciar a suposta venda de apoio dos parlamentares à candidatos de fora foi o ex-prefeito e também candidato derrotado nas eleições Francis Maris, à época PSDB.

  Embora tenha sido o candidato mais votado do município, com 12.926 votos, Francis ficou na terceira suplência. Dias após as eleições, em entrevistas à vários meios de comunicação, ele disse que “infelizmente a cidade não terá nenhum representante na Assembleia porque os vereadores ignoraram os candidatos da cidade para ajudar os de fora”. À época, a denúncia criou mal-estar entre os vereadores e o ex-candidato. Alguns teriam afirmado, inclusive, que iriam processar Francis, o que não aconteceu.Após a entrevista de Nestor Fidelis à Rádio Difusora, Francis reafirmou o que disse: “Ele (Nestor) tem razão. Infelizmente, foi isso que aconteceu. Os vereadores apoiaram candidatos de fora, sem compromisso com a nossa cidade. Eles visaram apenas o interesse próprio. Hoje não temos quem representa a nossa cidade na Assembleia”.Cita que: “vários projetos estruturais da cidade não andam, como a Perimetral que iria desafogar o trânsito de carretas pelo centro da cidade, não sai do papel. A Orla do Rio Paraguai, o projeto também está pronto, mas não e executado porque não temos quem defende os nossos interesses na Assembleia”.Lembra que “a situação da saúde é uma lástima. Se alguém precisa de uma cirurgia cardíaca, como cateterismo e angioplastia tem percorrer centenas de quilômetros para ser realizada em Nova Mutum, uma cidade de 36 anos, com pouco menos de 50 mil habitantes. Uma vergonha. Tudo isso, porque não temos quem defenda os nossos interesses na Assembleia”.

84 candidatos de fora obtiveram 13.965 votos em Cáceres

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2022, 65.893 eleitores estavam aptos a votar no município. O comparecimento foi de 72,82%, equivalente a 46.903eleitores. O percentual de abstenções foi de 27,18%. Sendo ainda 457 votos em branco e 623 nulos.Conforme relatório do Cartório Eleitoral, 84 candidatos de fora do município obtiveram votação em Cáceres. Dos 46.903 eleitores aptos a votar, pelo menos, 13.965 votaram em candidatos de outras regiões.Com base eleitoral em Cuiabá, à época os candidatos petistas Lúdio Cabral e Edna Sampaio, foram recordistas de votos, em Cáceres. Lúdio obteve 2.036 votos, enquanto que Edna Sampaio, obteve 1.215 votos. Total de 3.251 votos.Além de Lúdio e Edna, completa a lista dos 5 de fora mais votados, o deputado Valmir Moretto com 1.083 votos, deputado Max Russi 945 votos e Beto Dois a Um com 643 votos.Com exceção da vereadora Valdeníria Ferreira que foi candidata, dos demais 14, 12 barganharam apoio a candidatos de outras regiões. Apenas os vereadores Luiz Landim e Lacerda do Aki ajudaram candidatos da cidade. Landim apoio Valdeniria e Lacerda do Aki apoiou o candidato Takao Nakamoto.Mais votado no município, o então candidato Francis Maris, diz que se, pelo menos, um terço dos votos obtidos por candidatos de fora fossem para ele ou para outros candidatos do município, certamente, alguém teria sido eleito.

Os 10 mais votados em Cáceres

Francis Maris da Cometa (PSDB): 12926 votos (28,53%)Valdeniria (PSB): 7907 votos (17,45%)Engenheiro Nakamoto (PTB): 4194 votos (9,26%)Lúdio Cabral (PT): 2036 votos (4,49%)Nestor Fidelis (PATRIOTAS): 1306 votos (2,88%)Edna Sampaio (PT): 1215 votos (2,68%)Valmir Moretto (Republicanos): 1083 votos (2,39%)Max Russi (PSB): 945 votos (2,09%)Botelho (UNIÃO BRASIL): 802 votos (1,77%)Elizeu Nascimento (PL): 646 votos (1,43%)Brancos – 3,07%Nulos – 1,68%

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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