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Rui Prado vence, mais terá de aguardar a decisão da Justiça
Por Diário de Cuiabá
15/05/2013 - 08:23

Foto: arquivo
Prevaleceu o conservadorismo na Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). A consensualidade não mais existe, mas ontem, a força do grupo de antigos presidentes de sindicatos rurais prevaleceu e foi decisiva na eleição do presidente Rui Prado para novo mandato. O resultado foi massacrante. A vitória da chapa situacionista liderada por Rui Prado foi garantida por 50 votos, com a oposicionista encabeçada por Antonio Galvan recebendo 30; dois votos foram nulos. O colegiado que escolhe a diretoria da entidade é formado pelos presidentes dos 86 sindicatos rurais mato-grossenses. A vitória de Rui Prado não encerra a disputa na Famato e terá desdobramento judicial. A chapa perdedora insiste na inelegibilidade do presidente, que cumpre o segundo mandato consecutivo e, pelo estatuto da entidade não poderia concorrer ao terceiro. A alegada inelegibilidade foi derrubada administrativamente em 24 de abril, por 57 votos a 3, pelo colegiado formado por presidentes dos sindicatos. A oposição recorreu à Justiça do Trabalho e em 10 deste mês a juíza da 8ª Vara, Raquel Medeiros, concedeu liminar a Galvan impugnando a candidatura de Rui Prado. Um dia depois da decisão da magistrada, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, desembargador Tarcísio Valente, reverteu o cenário ao assegurar o direito de Rui Prado disputar a eleição. A posse da nova diretoria está marcada para 17 de junho. O mandato será de três anos. Até lá – e possivelmente até mesmo após essa data – a chapa perdedora tentará provar nos tribunais a inelegibilidade de Rui Prado. Indiferente ao chororô dos derrotados, o presidente reeleito comemorou muito a vitória com seus aliados. A Famato é a instituição líder de um sistema que inclui o Senar e o Imea – instituto agrícola. Sua estrutura física é grande e suas instalações modernas. Produtores rurais em sua base territorial em muitos dos 141 municípios enfrentam problemas de insegurança jurídica com demarcações de terras indígenas e, o agronegócio, de modo geral, sofre pressões ambientais e agrárias. Esse cenário cria descontentamento e teria motivado a candidatura de Galvan, que é produtor e militante sindical em Sinop. Galvan é considerado contestador e tem estilo diferente de Rui Prado, que se pauta pela moderação e evita o debate. Somente o tempo dirá se a Justiça assegurará ou não a posse de Rui Prado. Para alguns sindicalistas que participaram da eleição, independentemente de qualquer decisão judicial, a Famato deu o primeiro passo rumo à democratização e a partir de agora os sindicatos serão mais participativos, cobrando, sugerindo, criticando e fiscalizando sua administração.
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