Apesar de estarmos no século 21, muitas pessoas trazem um pensamento quadrado e machista na cabeça, que distingue comportamentos de homem e mulher. Um exemplo disso é mulher e futebol. Desde quando surgiu, futebol é tido como um esporte masculino, tanto que quando criança, o brinquedo do menino é uma bola e o das meninas boneca. Minha vó me contou, certa vez, que os pais chegavam até a brigar com as suas filhas quando as viam brincando de bola e vice-versa. Com o tempo esse cenário foi mudando, mas até hoje ainda vemos que ainda existe preconceito quanto a isso. Este pode ser visto claramente na sociedade, pois o número de mulheres que jogam futebol, pode até ter crescido nos últimos anos, mas a divulgação dos times e jogos femininos continua mínimo. No entanto, o interesse das mulheres no futebol, não se restringe apenas a uma prática esportiva. Atualmente encontramos com facilidades várias torcedoras fanáticas, que não perdem um jogo. Eu mesmo sou um exemplo disso. Desde pequena sempre fui ligada a futebol, por influência de um primo, que considero mais meu irmão. Acompanho todos os jogos, torço, grito, choro, enfim, vibro a cada jogo, por mais amistoso que seja como se estivesse em final de campeonato. Por isso, posso dizer que sou corinthiana roxa. Na última quarta-feira (16) mesmo, o Corinthians disputou o primeiro jogo das oitavas de final da Taça Libertadores. Neste dia eu já acordei agoniada, passei o dia nervosa, ansiosa, até suando frio. Muitos me falaram que ficar assim era exagero. Mas isso eu não controlo, é um sentimento inexplicável, que simplesmente aflora sem eu perceber. Só fiquei mais aliviada depois que o árbitro apitou o final do jogo, mas mesmo assim, não foi tanto, pois na semana que vem jogamos de novo, e é definitivo. Se perdermos estamos fora e desta vez, eu estou confiante que finalmente, vamos levar este título. Eu, entretanto, devo ser apenas mais um entre milhões de torcedoras, não só do Corinthians, mas de todos os diversos times que há por aí. Então, não existe mais essa que futebol é coisa de homem. As mulheres também gostam, elas participam ativamente como torcedoras, críticas, jogadoras, bandeirinhas etc. Se antes mulheres se reuniam para fofocar, falar de moda, maquiagem, hoje elas também se reúnem para falar de futebol. KAMILA ARRUDA é repórter