Fórum debateu futuro de Cáceres integrado por diversos modais
Por João Bosquo/SECOM
16/08/2013 - 21:33
O Fórum de Desenvolvimento da Região de Cáceres, uma realização do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria Extraordinária de Acompanhamento da Logística Intermodal (Selit), em parceria com a prefeitura de Cáceres e outros parceiros, debateu hoje a realidade e desenvolvimento da região, por conta de sua localização estratégica em termos de continente. O fórum realizado nesta sexta-feira (16.08) foi aberto com o painel “Traçado Ferroviário e o Impacto da Ferrovia na Região”, apresentado pelo titular da Selit, Francisco Vuolo.
Segundo Vuolo, a realização do Fórum se justifica pela importância de Cáceres, que já tem um hidrovia funcionando e que esse corredor hidroviário precisa ser potencializado. Uma das formas de fomentar o desenvolvimento é o intercâmbio comercial com os países vizinhos, importando, como exemplo, fertilizantes e embalagens PETs da Argentina pelo rio e depois ser levados para outras regiões do estado e mesmo outros estados. Mas para isso é preciso a ferrovia.
No painel o secretário abordou o processo histórico de Cáceres, que já teve uma posição de destaque econômico, com a produção de açúcar, e depois sofreu um processo de estagnação por conta do desenvolvimento de outras regiões com foco no agrobusiness, justamente por falta de uma logística. A Ferrovia Senador Vicente Vuolo, que já chegou e esperando na Cidade de Rondonópolis – cujo terminal intermodal, o maior da América Latina, será inaugurado no mês de setembro -, dentro de seu plano estratégico prevê chegar até Porto Velho. É dentro desse panorama, a ferrovia avançar até Porto Velho passando por Cáceres para integrar a região suldoeste mato-grossense no processo de desenvolvimento pelo qual o Estado vem vivenciando.
O prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz disse que a a realização do Fórum é importante com vistas a interligar o município pelo modal ferroviário para incrementar o seu desenvolvimento. Ele diz que a prefeitura já está trabalhando no sentido de atrair empresários para investir na agricultura, tendo como chamativo o preço do hectare de terra na região é mais barato em relação as regiões agrícolas. Segundo ele, o escoamento pela ferrovia seria um atrativo a mais para atração de novos investimentos, além de impulsionar a mineração, que depende essencialmente para seu escoamento da ferrovia e hidrovia.
O deputado estadual Ezequiel Fonseca, em fala na abertura, disse que o fórum é um “ponto fundamental de resgate para a região. Precisamos arrumar um meio de alavancar o desenvolvimento desta região que já foi o celeiro de Mato Grosso. Que saiamos daqui com uma visão mais ampliada”.
O ex-senador Márcio Lacerda disse que o debate sobre logística, como está colocado pelo fórum, de uma forma ampla, é fundamental para a região que sofreu um colapso por conta do Estado priorizar as regiões produtoras para o escoamento. Segundo ele, o desenho para a retomada do desenvolvimento de Cáceres está posto e agora depende do esforço de todos para que isso possa sair do papel. Marcio Lacerda diz que “há mais de 30 anos vem destacando que Cáceres está no centro da América do Sul e tem em torno um mercado representado por mais de 30 milhões de consumidores, na Argentina, Peru, Bolívia e Brasil”.
O painel “Hidrovia Paraguai-Paraná: Morrinhos e Modelo de Concessão”, por Walneon Oliveira, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), fez uma panorama político, do comportamento do Governo Federal, do Plano Nacional Hidroviário e do marco regulatório. Segue-se os painéis “Situação Ambiental da Região”, pelo professor doutor Amir Mattar Velente, da Universidade Federal de Santa Catarina; “Oportunidades Produtivas”, por Carlos Fávaro, da Aprosoja; “Potencial Turístico”, por Rosângela Lazarin, presidenta da Comtur, e “Perspectivas Minerais”, Sérgio Romani, seguido de debates.