Forças Federais imploram por estrutura
Por Diário de Cuiabá
24/05/2012 - 09:09
O Trevo do Lagarto em Várzea Grande foi palco de uma mobilização de servidores da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Receita Federal, que protestaram contra o abandono do governo em relação à fiscalização da fronteira com a Bolívia.
Para os servidores, a falta de investimento em informação e comunicação deixa o país vulnerável em relação a traficantes e contrabandistas que agem na região.
Segundo o vice-presidente do Sindicado dos policiais rodoviários federais, Marco Aurélio Amorim, é preciso investir de forma maciça para diminuir a ação criminosa na fronteira.
Ele frisou que desde 2005 existe um plano de combate ao crime na fronteira, mas até agora o projeto ficou apenas no papel, não sendo investido nem o mínimo para um policiamento na região.
Dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que é em Mato Grosso que acontece cerca de um terço das apreensões de cocaína em todo o país. No ano passado, foram apreendidos cerca de 6.000 quilos de cocaína – entre pura e pasta-base sendo que desse total, foram 1.952 quilos em Mato Grosso.
Neste ano, as três barreiras da PRF foram responsáveis por 698 quilos de cocaína – entre pura e pasta-base - e 204 de maconha que chegavam em Mato Grosso para ser distribuídos dentro do Estado. Como os números são somente da PRF, a quantidade de entorpecente apreendida é bem maior.
Até o final de abril, a PRF recuperou 112 carros que foram roubados na Grande Cuiabá e iriam atravessar a fronteira e para serem trocados por cocaína. As apreensões ocorreram já próximo da divisa com a Bolívia.
Outro problema enfrentado pela PRF é a falta de efetivo. Atualmente são 450 patrulheiros para todo Mato Grosso. Em 2009, passaram cerca 200 policiais no concurso e começaram a trabalhar nas estradas federais de Mato Grosso, mas todo esse pessoal já conseguiu transferência para outros Estados.
O sindicalista lembrou que em 2001 havia cinco postos da PRF na região da fronteira e dois deles foram desativados por falta de efetivo. Na barreira do Limão e também na cidade de Comodoro, só resta o prédio.
Os representantes da Polícia Federal e da Receita Federal enfrentam problemas semelhantes como falta de efetivo e infraestrutura mínima para atuar na fronteira. Daí, a ideia de fazer um protesto em conjunto.