Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Mentiras sociais
Por por Gabriel Novis Neves
08/01/2014 - 04:42

Foto: arquivo
Na ânsia de sermos amados nos apegamos às mentiras sociais. São tantas e tão frequentes, que faz com que o mundo caminhe lentamente rumo à honestidade. Para piorar a situação, essas mentiras vão se tornando verdades. No que se refere ao amor, o resultado é deletério. Rita Lee, em uma de suas canções, diz que o bom é dançar livre, leve e solto. O amor também precisa ser livre como um pássaro, leve como uma pluma e solto como uma lágrima. Como dizem os poetas, os desencantos se acumulam e “viram um pote até aqui de mágoa”. Eis que um dia, ao procurarmos aquele ser que tanto nos encantava, não mais o encontramos. Não o encontramos porque não sabemos exatamente quem ele é - tamanho o número de fantasias com as quais ele se vestiu e que nós, por comodismo ou por ingenuidade, acreditávamos serem verdadeiras. Já ouvi a frase que “quem muito diz a verdade nunca será amado, quando muito, admirado”. Por acaso, não será a admiração a grande responsável pelos amores eternos? Acredito nisso. Sim, porque conviver com o comum é o que todo mundo faz e, o que se vê em volta, é que não basta para quem se julga merecedor de mais. O pacto da mentira não agrada a ninguém, apenas ajuda a empurrar a vida e os relacionamentos para quem com isso se satisfaz ou, pelo menos, acha que se satisfaz. Isso apenas colabora para que o pote de mágoas se encha mais rapidamente. Relações verdadeiramente intensas - quer de amor, quer de amizade - necessitam de pilares firmes, baseados no diálogo honesto e no enfrentamento da verdade. O “ser” é sempre muito mais importante que “o parecer ser”. É dele que talvez consigamos tirar da vida o que ela tem de mais bonito, a possibilidade de trocas afetivas reais, e não, simplesmente, circunstanciais. Isso é de uma importância vital para todos, inclusive no seio familiar. Como amar uma pessoa que não se desnuda nas suas fragilidades, nas suas incongruências? Do contrário, permaneceremos como caramujos ambulantes, ensimesmados nas nossas carapaças, tal como na idade da pedra. Penso que exorcizar o solitário que existe em cada um de nós deveria ser uma meta de vida. Vou continuar destemido na emissão dos meus conceitos, mesmo que isso acarrete, momentaneamente, algum tipo de mal-estar. Gostaria de ser lembrado pelos que comigo conviveram como alguém que lutou ferozmente contra as hipocrisias. Entendo que, para conviver socialmente, algumas vezes é necessário omitir, mas, que fique claro, só o farei com relação aos que não me dizem respeito, nunca aos que fazem parte do meu ciclo de afetos. Esses, pela importância que têm, merecem saber o que penso. Todos saberão que a minha presença nunca significará ausência. Continuarei tentando, até que a minha mente se apague para sempre. Infelizmente, vivemos num mundo de presentes ausentes, e imagino que isso seja causa de tantas frustrações. * GABRIEL NOVIS NEVES é médico e ex-reitor da UFMT borbon@terra.com.br
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