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MT:número de casos de dengue em MT cai 87% no primeiro bimestre do ano
Por Renê Dióz/G1 MT
18/03/2014 - 20:14

Foto: ILUSTRATIVA

Queda registrada no estado é superior à nacional, de 80% menos casos.
Saúde estadual pondera dados devido a aspecto cíclico da doença.

 
 

O número de casos notificados de dengue em Mato Grosso sofreu queda de 87,8% durante o primeiro bimestre do ano, na comparação com o mesmo período de 2013. A queda verificada é superior à média da região Centro-Oeste (redução de 76,9%) e também maior que a registrada em todo o país, de 80%.

Entre janeiro e fevereiro de 2013, o estado contabilizou 18,1 mil casos da doença contra apenas 2,2 mil no mesmo período de 2014 - conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (18).

Não houve também caso grave ou morte decorrente da doença no primeiro bimestre deste ano em Mato Grosso. A ressalva quanto a esses dados é que tratam-se dos números recebidos pelo Ministério da Saúde para a confecção do balanço, informações que nem sempre são exatamente iguais aos do governo estadual - que chegou a registrar quatro casos graves da doença e a investigar quatro ocorrências de óbitos até o início de março deste ano. Em 2013, foram 47 notificações de manifestações agudas da doença no primeiro bimestre e 13 óbitos.

A redução brusca no número de casos da doença é comemorada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), mas com ponderação, segundo o coordenador da vigilância epidemiológica, Sandro Netto. “Estamos comemorando, mas a situação não é para descanso”, enfatiza o coordenador.

Ele explica que a dengue, por ser uma doença viral, manifesta-se de maneira cíclica de acordo com a introdução dos variados sorotipos do vírus, que tem o mosquito Aedes aegypti como vetor.

Dengue no primeiro bimestre (13/14)
  Casos Casos Graves Óbitos
Brasil -80% -84% -95%
Centro-Oeste -76,9% -83,8% -96,9%
Mato Grosso -87,8% -100% -100%

Queda ponderada
Entre 2012 e 2013, segundo Netto, houve a circulação em todo o país do sorotipo 4 do vírus.

Até então, a população já havia sido acometida pelos outros três sorotipos, mas não se encontrava preparada – imune – a este último. O resultado foi um período de epidemia e altos números de notificações da doença em todo o país.

A população afetada, entretanto, tornou-se imune ao sorotipo 4 após tê-lo contraído, de modo que foi reduzido o número total de pessoas que ele ainda pode vir a acometer. Daí a redução atual de notificações e casos graves da doença.

“Mas não estamos exatamente tranquilos”, adverte Netto, lembrando que, no caso da reintrodução de algum dos demais três sorotipos da dengue, novamente haverá alvos em potencial dentre a população, como crianças que jamais contraíram qualquer um dos sorotipos.

Outro motivo de alerta é o fato de que a capital Cuiabá – assim como a maioria dos municípios mato-grossenses - continuam sendo considerada pela Vigilância Epidemiológica uma cidade de alta infestação da larva do Aedes aegypti devido aos precários sistemas de saneamento básico, de coleta de lixo e diante da falta de cuidado da população com os terrenos baldios, os quais geralmente acumulam entulhos e criadouros do mosquito.

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