O sub-tenente do Exército Brasileiro Gilson Ferreira dos Santos,46 anos, foi sepultado hoje,19, em sua cidade natal, Paulo Afonso, Bahia. Ele foi transladado para lá na terça-feira, passando antes por Brasília-DF, onde mora um irmão. Gilson foi encontrado morto na tarde de segunda-feira,17, deitado em sua cama, em sua residência, na rua Comandante Balduíno esquina com Voluntários da Pátria.
O corpo foi encontrado por um vizinho que escalou o muro da residência, devido ao forte odor que vinha do interior da mesma. O corpo já estava em decomposição. A suspeita é que tenha sido morte natural. O laudo do IML atesta causa indeterminada. Havia muito sangue no local, o que pode levar a causa como uma hemorragia.
Na tarde de hoje, o tenente-coronel Renato Braga Pires, comandante do 2º Bfron, informou que na sexta-feira,14, chegou ao comando, na parte da manhã, uma carta manuscrita pelo oficial, pedindo atendimento médico. Às 11 horas do mesmo dia, um oficial médico esteve na casa de Gilson, que estava afastado para tratamento de saúde.
Ele sofria de insuficiência renal crônica, e havia passado por uma cirurgia no dia 25 de fevereiro.
O médico fez o exame clínico, constatou que a sonda que ele usava estava devidamente colocada, e que a situação do militar era condizente com o pós-operatório. Na oportunidade, perguntou se ele gostaria de ser removido para a enfermaria do batalhão, mas ele respondeu que se não melhorasse avisaria e que tinha uma pessoa que estava cuidando dele. O comando do Exército abriu sindicância para chegar até esta pessoa.
No dia que o corpo foi encontrado, os militares encontraram também um ticket de cartão bancário comprovando que ele havia feito a compra de medicamentos na sexta-feira, às 20 horas.
"Não podemos constatar a hora da morte, mas presumimos que tenha ocorrido no final de semana. Pelo estado do corpo, pode ter sido no sábado -avalia o coronel, ressaltando que o calor da região acelera o processo de decomposição.
Diante do ocorrido, o Exército tomou as medidas necessárias, acionando a perícia, cuidando da liberação do corpo e do translado, após contato com familiares.
Gilson morava sozinho e estava em Cáceres há quase dois anos, servindo aqui pela segunda vez.