A crise estrutural do capitalismo, desencadeada na década de 1970 e que perdura até os dias atuais, tem imposto aos trabalhadores de todo o mundo perdas de direitos conquistados com suor e sangue. Em vez de ampliar conquistas, trabalhadores estão no campo da resistência para manter o mínimo da dignidade proporcionada pelo trabalho, centro organizador das atividades humanas.
Neste 1º de maio, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) homenageia os trabalhadores do Brasil e do mundo e, em especial, os trabalhadores jornalistas. Lembramos que toda riqueza provém do trabalho e que ele é a garantia das condições de vida das pessoas e de sua dignidade como seres livres.
Por isso, mais uma vez denunciamos todas as formas de precarização do trabalho provocadas pela reestruturação capitalista, como a desregulamentação das relações trabalhistas, as flexibilizações, as terceirizações e as tentativas constantes de desqualificação dos trabalhadores e de suas profissões. Em todo o mundo, os jornalistas são vitimas frequentes deste processo e, assim como os demais trabalhadores, sofrem com a supremacia do lucro capitalista nas atividades produtivas.
Diante da crise e de suas consequências, entretanto, é preciso reagir. Trabalhadores de todas as categorias profissionais devem se organizar para resistir e para avançar. Todos devemos buscar trabalho digno, que significa relações trabalhistas reguladas, jornada respeitada, condições de trabalho adequadas e seguras e salário justo.
A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas de todo o pais estão em campanha pela criação do Piso Salarial Nacional dos Jornalistas e pela adoção, por parte das empresas de comunicação, do Protocolo Nacional do Trabalho Digno que prevê o respeito à regulamentação da profissão, à jornada de 5 horas diárias e a garantia de condições de segurança no exercício profissional (leia o manifesto referente ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa).
Os jornalistas são trabalhadores que, por condição profissional, atuam cotidianamente divulgando as lutas de outros trabalhadores, mas nunca podem utilizar os meios em que trabalham para noticiar suas próprias reivindicações. Por isso, há um amplo desconhecimento por parte da sociedade dos problemas que a categoria enfrenta. Nos últimos anos, a categoria tem sido sistematicamente atacada, inclusive naquilo que a define, que é o reconhecimento da profissão e a consequente regulamentação profissional. A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas também estão em campanha pela retomada da exigência da formação superior específica em Jornalismo como condição de acesso à profissão e pela criação do Conselho Federal de Jornalistas.
Os problemas da categoria dos jornalistas, entretanto, majoritariamente são semelhantes aos dos demais trabalhadores e exigem a mesma reação: organização, mobilização e luta. E os jornalistas brasileiros unem-se aos jornalistas de todo o mundo e aos demais trabalhadores na luta por respeito ao direito ao trabalho e por um novo modelo de produção, no qual o ser humano seja o fator central e não a acumulação do capital.
Viva o 1º de maio como símbolo da solidariedade entre os trabalhadores do mundo!
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)