Três ataques a policiais militares em Cuiabá e Várzea Grande deixaram o sistema de segurança pública em alerta máximo, no fim de semana. As ações, atribuídas a membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa com célula originária de São Paulo, foram levadas a efeito na noite de sexta-feira (2) e madrugada de sábado. Informações foram passadas ao HiperNotícias por integrantes da cúpula da Polícia Judiciária Civil.
Por causa desses ataques, um que deixou soldado em estado grave, todo contingente em plantão das polícias militar e civil – ao menos 300 homens – nas ruas das duas cidades na noite de sábado e por todo domingo. Barreiras foram montadas em bairros onde há alta incidência de crimes, tais como tráfico de drogas e assassinatos.
|
Uma mensagem capturada pelo centro de inteligência da Secretaria de Segurança Pública, por meio da rede de comunicação WhatsApp, desencadeou reação imediata para capturar mais membros do PCC em Cuiabá e Várzea Grande.
Conforme uma autoridade da Polícia Civil, a mensagem capturada informava que o PCC comandaria ataques com foco principal em policiais militares e civis.
A operação do PCC é uma ação, de acordo com a Polícia Civil, para retomar áreas que estavam em poder do Comando Vermelho, liderado pelo assaltante e latrocida Sandro Louco, transferido de Cuiabá para o Presídio da Mata Grande, em Rondonópolis (220 km da Capital).
O bandido antes de fundar a facção em Mato Grosso era o “número um” do PCC, chefiado por Marcos Herbas Camacho, o Marcola. O Comando Vermelho, que tem na Grande Cuiabá cerca de 480 integrantes, foi teoricamente desmantelado pela Polícia Civil.
Ao mesmo em que tenta retomar o crime organizado nas duas cidades, o PCC quer mostrar poder ao atacar policiais militares e civis e dessa forma provocar violência como forma de assustar a população de Cuiabá e Várzea Grande. Delegado da Polícia Civil, que pediu para não ter o nome citado, confirma que os ataques de sexta e sábado tinham como alvos policiais militares.
ATAQUES
O primeiro ataque a um PM aconteceu numa lanchonete do bairro Lixeira, na noite de sexta-feira. Um soldado do 1º BPM estava com a esposa quando dois homens entraram e anunciaram assalto. Um dos bandidos foi em direção ao soldado, com intenção de tomar-lhe a arma. Ao perceber essa atitude, o PM tentou reação e levou um tiro â queima-roupa.
O PM ainda tentou reagir, mas o tiro atravessou o peito. Aa bala ficou alojada na coluna. O soldado Douglas Barros da Silva, 30 anos, está em estado delicado e deve ter sequelas graves, como tetraplegia. Bandidos levaram sua arma e o carro, encontrado na tarde deste sábado no Jardim Tropical, região do Campo Velho, em Cuiabá. Havia buracos de balas no automóvel.
Outros dois ataques ocorreram na madrugada de sábado em Várzea Grande. Um dos casos aconteceu no entroncamento das avenidas da FEB e 31 de Março, no região do Aeroporto Marechal Rondon, e rota de desvio das obras de mobilidade urbana da Copa do Mundo.
A vitima é uma PM graduada (tenente) e não oficial do sexo masculino, conforme citado em reportagem anterior. De acordo com informações, o carro dela foi fechado por outro automóvel com três homens a bordo. Um desceu armado com fuzil. Ela estava com o namorado, que não reagiu ao ataque.
Um deles já sabia que se tratava de uma integrante da PM e atirou. Depois, o carro dela foi levado por um dos bandidos. Outros dois seguiram em outro veículo, tomando rumo ignorado. A oficial foi levada para o pronto socorro local e liberada em seguida, já que o ferimento era superficial.
Outra ação ocorreu no bairro Costa Verde. A vítima é um soldado da Polícia Militar. Ele estava em companhia de sua noiva (os nomes não foram revelados) quando os bandidos entraram anunciado o assalto. Os criminosos estavam à procura de armas, conforme informações da polícia. Mas levaram dois carros das vítimas, um Etios de cor vermelha e um Corsa Sedan preto.
TIROS EM CASA NOTURNA
O episódio ocorrido em uma casa noturna Pumple, no bairro Morada do Ouro, não está relacionado com ações do crime organizado. Lá houve uma confusão entre dois policiais, um civil e outro militar, que resultou em tiroteio, provocando pânico. O PM esbarrou no agente civil, que reagiu e atirou, acertando um amigo do militar, que teve morte encefálica reconhecida.