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IBGE Cartão: grupo gastava muito acima da média
Por Gustavo Nascimento/Diário de Cuiabá
03/05/2014 - 15:36

Foto: ILUSTRATIVA

Em um ano, investigados do IBGE-MT consumiram do cartão corporativo mais que todos os servidores do instituto em GO e MS juntos 

 
Os servidores do IBGE presos esta semana por fraudes no cartão corporativo do governo faziam gastos muito acima da média de outras unidades do órgão. Para se ter uma ideia, cada um dos servidores investigados chegou a gastar, em um ano, mais do que todos os servidores do IBGE de Goiás e Mato Grosso do Sul juntos. Somente nos primeiros meses de 2014, o grupo já havia se apropriado de aproximadamente R$ 100 mil. A suspeita é que eles atuavam desde 2007. Os prejuízos aos cofres públicos ultrapassariam R$ 2 milhões. 

De acordo com o delegado Guilherme Torres, chefe da Inteligência da PF, seis dos sete suspeitos já prestaram depoimento, sendo que três ainda estão presos. Um servidor está foragido. 

O grupo era formado por diretores das unidades do IBGE de Cáceres (218 km da Capital), Rondonópolis (218 km da Capital), Pontes e Lacerda (444 km da Capital) e Várzea Grande. 

A discrepância dos números pagos aos servidores fica evidente através do site da Transparência do Cartão de Pagamento do Governo Federal do IBGE. 

De acordo com a análise da PF, em três anos, cada servidor desviou por volta de R$ 150 mil utilizando o cartão corporativo. Neste período, o grupo utilizou, indevidamente, ao menos R$ 908 mil. Para fins de comparação, servidores dos mesmos cargos, nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, utilizaram aproximadamente R$ 20 mil no mesmo período, 84% menos que a média do grupo. 

Entre 2011 e 2013 o gerente do IBGE de Pontes e Lacerda, Ivan da Silva Maia, gastou R$ 186.090 com o cartão. Por ano o servidor chegava a gastar R$ 65 mil. Já Carlos Antonio Neto Santos, da unidade de Rondonópolis, utilizou R$ 160,29 mil, no mesmo período. 

Domingos da Costa e Silva, chefe da unidade de Várzea Grande, gastou R$ 153,17 mil com o cartão corporativo. Enquanto, Juber Alexandrino Leite, lotado na Capital, utilizou por volta de R$ 145,42 mil. 

Os servidores Manoel Nilson Ribeiro e Pedro Jose de Arruda, que atualmente se encontravam sem unidade, gastaram aproximadamente R$ 263,67 mil. 

Segundo a PF, os sete envolvidos operação apresentavam notas fiscais preenchidas manualmente, todas com a mesma letra. Por conta disso a PF nomeou a operação de Dr. Lao, em alusão ao filme As Sete Faces do Dr. Lao, no qual o protagonista se fantasiava de vários personagens. 

Conforme a assessoria de imprensa do IBGE, logo após receber denúncias de uso irregular de recursos públicos, o órgão encaminhou um ofício a Controladoria-Geral da União (CGU) solicitando atenção especial para identificação de possíveis irregularidades no âmbito da instituição. A investigação resultou na ação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal. A assessoria afirmou que as investigações contam com a total colaboração do IBGE, que acompanhará os desdobramentos e adotará os procedimentos que se fizerem necessários. 
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