Na lista dos principais investigados na Operação “Grená”, deflagrada na quarta-feira (30), a Polícia Civil coloca o assaltante Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, no topo da facção criminosa denominada “Comando Vermelho de Mato Grosso”, que surgiu em presídios do Estado e é apontada como responsáveis por diversos crimes.
A operação é coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, com o apoio das inteligências da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
A ação policial cumpriu 35 mandados de prisão, sendo que oito pessoas ainda são procuradas e são consideradas foragidas.
Dois 31 internos de presídios de Mato Grosso, 28 tiveram mandados de prisão preventiva cumpridos. No entanto, quatro entraram recentemente no regime semiaberto e ainda não foram localizados. Eles são considerados foragidos.
Fora das cadeias, oito pessoas foram presas, de um toal 12 mandados de prisão decretados.
Os integrantes e colaboradores da facção presos estão sendo interrogados pelas equipes da Polícia Civil.
Eles responderão questionário previamente elaborado e, depois, serão encaminhados para o Raio 3 da Penitenciária Central do Estado (PCE).
Confira que são os principais líderes do CV-MT:
1. Sandro da Silva Rabelo, vulgo “Sandro Louco” – condenado por vários crimes, entre eles latrocínios, sequestro e roubos, exerce grande poder sobre a criminalidade no Estado de Mato Grosso, sendo respeitado tanto dentro como fora do Sistema Prisional. É o principal líder do Comando Vermelho em Mato Grosso e um dos idealizadores da facção criminosa.
As investigações apontam que Sandro Louco membro do “Conselho Final” e exige o cumprimento rigoroso do estatuto da facção. O criminoso tem pena a cumprir de 161 anos, 9 meses e 24 dias, em regime fechado por diversos crimes praticados.
Já cumpriu 17 anos, 7 meses e 14 dias, desde a primeira vez em que foi preso em 1993. Já passou por várias transferências de unidades prisionais de Mato Grosso, liderou motins e também fugiu de muitas cadeias.
No ano de 2000, foi preso por roubo a banco em Várzea Grande e protagonizou sua primeira fuga da Penitenciária Central do Estado (PCE) - à época, Presídio do Pascoal Ramos -, de onde saiu pela porta da frente levando arma de policiais.
Em 2002, foi recapturado e levado para o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) - à época, Cadeia do Carumbé - e depois transferido para a PCE.
Em 2003, foi transferido para a unidade prisional Major Eldo de Sá Correa, a Mata Grande, em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), e fugiu da unidade serrando a grade do banho do sol do módulo, pulou o muro de acesso à área externa da penitenciária e fugiu com mais cinco detentos.
Em 2004, foi recapturado pel GCCO em Goiânia (GO). Sua primeira transferência para unidades prisionais fora do Estado de Mato Grosso foi em 2005, para penitenciária Presidente Bernardes (SP).
No mesmo ano, foi para o presídio estadual de Piraguara (PR) e, depois, retornou a PCE. Em 2006 foi para Cadeia de Água Boa (730 km a Nordeste da Capital), depois de ameaças ao superintendente e a agentes prisionais. Em 2007 foi transferido para penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, e depois para presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Em 2012, retornou a PCE permanecendo no Raio 05. Situação atual: Preso na PCE. Não foi tranferido, pois contraiu hepatite.
2. Renato Sigarini, vulgo “Vermelhão”- condenado por vários crimes e um dos idealizadores do CV-MT, segundo a Polícia. É membro do “Conselho Final” e responsável pelo cadastro final.
É tido como o “cérebro” da facção criminosa, utilizando-se de suas habilidades e argumentações para recrutar novos integrantes e organizar a estrutura da facção. Situação: transferido.
3. Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus – condenado por vários crimes e um dos idealizadores do CV-MT. É membro do “Conselho Final” e um dos responsáveis pelo financeiro da facção, afirmou a Polícia. Possui altíssima liderança e exige o cumprimento rigoroso do estatuto. Comanda de dentro da unidade prisional diversas “bocas de fumos” na Grande Cuiabá. Situação: transferido.
4. Renildo Silva Rios, vulgo “Nego”, “Negão” ou “Liberdade” – condenado por vários crimes e um dos idealizadores do CVMT. É membro do “Conselho Final”, possuindo altíssima liderança dentro da unidade prisional. Exige o cumprimento rigoroso do estatuto. Situação: Transferido.
5. Toleacil Natalino da Costa, vulgo “Trolha” – condenado por vários crimes e membro do CVMT. É o principal responsável financeiro da facção. Participou do assassinato do detento Alesson Alex de Souza, em 30 de setembro de 2013, dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Situação: transferido.
6. Isaias Pereira Duarte, vulgo “Caverninha” – conhecido como “matador de polícia”, é membro do CV-MT e considerado extremamente articulado, à frente de todas as unidades prisionais. Cabe a ele realizar um filtro entre o “Conselho Final” e os membros de outras unidades prisionais e também fazer a difusão para as demais unidades de todas as decisões do “Conselho Final”, tomadas em prol da facção. Preso na Penitenciaria Central do Estado por tráfico de drogas e homicídio.
Ele foi identificado como uma das pessoas envolvida na morte do detento Alesson Alex de Souza, em 30 de setembro de 2013, dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Situação: transferido.
7. Rudney Rodrigues dos Santos, o “Pinguim” - membro do CV-MT, responsável por avaliar fatos, analisar reivindicações, averiguar algum desentendimento entre os “irmãos”. Ele mantém a ordem e disciplina entre os “irmãos” – na PCE. Situação: Transferido.
8. Leonardo Flávio de Souza – o “Bocão”- membro do CV-MT, estava preso na PCE por vários crimes cometidos. Situação: Transferido
Principais membros com mandados cumpridos:
1. Reginaldo Miranda, vulgo “Bongo” – condenado por diversos crimes, sendo um deles pelo sequestro do sócio de uma rede de supermercados em 2003, que ficou em cativeiro por 92 dias. É membro do CVMT e possui altíssima liderança, considerado “braço-direito” do “Conselho Final”, participando de decisões referente à punições impostas pelo “Conselho Final” a outros reeducandos.
Tem condenações por assalto em Sinop, Várzea Grande; condenação por porte ilegal de arma de fogo em Várzea Grande; responde por assalto em Jaciara; responde por um homicídio e dois assaltos em Cuiabá. Em 2013 foi posto em liberdade para cumprimento de pena em regime semiaberto. Situação: Foragido
2.Paulo César da Silva, vulgo “Petróleo” – membro do CVMT, que possui altíssima liderança, responsável por avaliar fatos, analisar reivindicações e desentendimentos dentro da Penitenciária Central do Estado, e depois passa para o “Conselho Final”. Ganhou liberdade recentemente da Penitenciaria Central do Estado, onde estava preso por tráfico de drogas e homicídio. Ele foi identificado como uma das pessoas envolvida na morte do detento Alesson Alex de Souza, em 30 de setembro de 2013, dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). Situação: Mandado cumprido.
3. Luênio César Rondon Rocha, conhecido por “Bicudo” – integrante do CV-MT, auxilia nas atividades administrativas da facção na rua e também exerce grande liderança. Responde por um homicídio em Cuiabá, por formação de quadrilha e explosão de caixa eletrônico; assalto a mão armada em Cuiabá e porte de arma de fogo de uso proibido. Situação: Foragido.
4. Bruna Santos Xavier – esposa do detento Renato Sigarini, o Vermelhão”, membro do CV-MT e integrante do “Conselho Final”. Ela foi presa em flagrante por crime de tráfico de drogas no dia 14 de março de 2013.
Bruna é responsável é pelo banco de dados do CVMT, fazendo todas as inserções dos nomes da facção em uma tabela, organizando, e posteriormente, salvando-a em um pendrive, sob sua responsabilidade. Situação: presa.
5. Marileuza Dias de Pontes Siqueira – esposa de Trolha e possui uma conta bancária movimentada pela facção e presta auxílio operacional, indo até ao banco retirar extratos, checar saldos e conferir valores a serem compensados no dia seguinte. Situação: presa.
6. Devid dos Santos Moya – não pertence ao CV MT. É homem de confiança do detento Miro e executa ordens dele fora da prisão e principalmente com relação ao tráfico de drogas. Situação: preso.
7. Meykson Campos Oliveira, conhecido por “Zé”- membro do CVMT, cumpre pena na Cadeia Pública do Carumbé. Possui altíssima liderança, sendo um dos principais reeducandos a frente de Ala D no CRC. Ele é um dos executores do homicídio de Rafael Ramos de Oliveira, assassinado em setembro do ano passado dentro do Carumbé. Situação: foragido.
8. José Bonifácio Nascimento de Barros, o “Zé da Caixa" – membro do CVMT, que ocupa a função de “liderança” (obriga os demais integrantes a efetuarem a contribuição mensal), recluso na ala “M, do Carumbé que possui grande liderança. É integrante de uma quadrilha especializada em arrombamento de caixas eletrônicos e é padrinho de Glauce da Silva Neves.Situação: mandado cumprido.
9. Glauce da Silva Neves, conhecida por “Gê” – integrante do CV-MT. Possui altíssima liderança, sendo a principal responsável pela administração de rua. Ela exerce a função de administrar todos os membros que estão na rua, bem como aqueles que saem em liberdade.
Ela controla ainda a contribuição mensal de cada membro que está em liberdade, além de realizar reuniões a fim de repassar todos as decisões ao “Conselho Final” para os membros que estão na base. Glauce foi recomendada por um reeducando que faz parte de uma quadrilha de arrombamentos de caixas eletrônicos. Situação: presa.
10. Thaisa Souza de Almeida – esposa de Sandro Louco e uma das autoras do crime de tráfico de drogas, comandado por Sandro de dentro do presídio. No dia 12 de setembro de 2013, ela foi presa junto com outra mulher, por crime de tráfico de entorpecentes.Situação: Foragida.