O produtor de Mato Grosso dono dos 49 bovinos abatidos sanitariamente após terem convivido com a fêmea diagnosticada com o mal da 'vaca louca' será indenizado em R$ 1,5 mil por cabeça ainda nesta semana.
A decisão foi tomada nesta terça-feira (6) em reunião do Fundo Emergencial de Saúde Animal (Fesa). Os animais foram sacrificados e incinerados no frigorífico da empresa JBS em São José dos Quatro Marcos, sudoeste do Estado. O rebanho pertencia à propriedade rural em Porto Esperidião.
Segundo o presidente do Fesa, Rui Prado, o valor indenizatório foi calculado de acordo com o peso do animal abatido e preço praticado na região. "O valor é comercial e o produtor não terá prejuízos", disse ao Agrodebate. Conforme ele, é a primeira vez no estado que o Fesa faz o ressarcimento ao produtor por questão sanitária.
Privado, o Fundo Emergencial reúne as entidades do setor produtivo, além dos órgãos de sanidade como o Mapa e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT). Os recursos proveem do recolhimento de uma taxa cobrada sobre operações feitas pelo setor da carne.
Entenda
O rebanho sacrificado convivia com o animal abatido no mês passado e que apresentou os sinais do problema. A fêmea de 12 anos foi encaminhada para o abate em 19 de março e no frigorífico apresentou os sintomas da doença. Testes feitos no laboratório agropecuário nacional acusaram a presença da proteína príon, que é o agente causador do mal da vaca louca.
Uma análise feita no laboratório referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em Weybridge, na Inglaterra, também confirmou os mesmos resultados da análise brasileira. Agora, a OIE deve confirmar se a ocorrência foi típica ou atípica.
Amostras dos 49 bovinos abatidos também foram analisas no Brasil, mas apresentaram resultado negativo para a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).