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Confinamento: cautela impede novos investimentos
Por Diário de Cuiabá
09/05/2014 - 08:54

Foto: ILUSTRATIVA



As expectativas para o confinamento de bovinos, em Mato Grosso, este ano reduziram 10,2% em comparação com o mesmo período de 2013. A percepção vem do 1º Levantamento das Intenções de Confinamento realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). De acordo com o estudo, este ano a perspectiva é de que 726.660 animais sejam terminados no cocho, enquanto em abril de 2013 este volume era estimado em 809.550 cabeças. 

Caso se confirme esta intenção, 2014 deverá ser fechado com 1,2% a mais de animais confinados, uma vez que 717.826 foram confinados em 2013. O principal motivo para a retração registrada na primeira expectativa do ano é o custo. Em 2013, a investimento diário para confirmar era de R$ 4,96, este ano o custo é de R$ 5,45, alta de 9,8%. 

A cautela do pecuarista é vista com bons olhos pelo superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Como destaca, confinamento é uma questão de estratégia, de contabilidade, para ser lucrativo, o preço de venda deve superar os custos. “A cada ano é possível notar o maior cuidado do produtor na hora de tomar a decisão com relação à modalidade. Este é um negócio e por isso é preciso planejar, fazer as contas para não ter prejuízos no final”. 

Para Vacari, 2014 é marcado por um bom momento com relação ao preço da arroba, porém, a atividade detém outras variáveis. “O bom resultado na pecuária não depende somente de preço, mas de renda. Que é a diferença entre o que se ganha e o que é investido para produzir”. 

FUTURO - De acordo com o levantamento do Imea, a perspectiva de preço futuro é inferior ao que é praticado atualmente no mercado físico de Mato Grosso, variando entre R$ 106,20 em setembro e 109,99 em novembro, quando será registrado o pico. 

O analista do Imea, Fábio da Silva, destaca que com o custo de R$ 5,45, um negócio viável seria com o preço da arroba superior a R$ 111, o que não está previsto no mercado futuro. “Somando o preço do boi magro com o custo diário do confinamento, para não ter prejuízo seria necessário ter uma arroba superior ao que vem sendo precificada atualmente. O que, por enquanto, ainda não está sinalizado”. 

CUSTOS - Entre os itens mais caros que compõem os investimentos, estão o animal e a alimentação, justamente os que apresentaram maior alta nos últimos meses. “A valorização do animal está em torno de 20% e o da alimentação em 10% e estes são os que causam maior impacto no fechamento das contas”, analisa Fábio da Silva. 

Vacari afirma que o menor entusiasmo dos pecuaristas mato-grossenses com relação aos demais é fruto do cuidado maior que os mesmos possuem. “Algumas pesquisas apontaram expectativa de aumento de até 10% de alta nos confinamentos brasileiros. Em Mato Grosso já sofremos, em outros anos, com os prejuízos causados por uma decisão precipitada”. 

Do total de confinadores entrevistados, 32,72% afirmaram que não irão confirmar em 2014, 17,90% ainda não tomaram a decisão e 50,26% estão confiantes em investir na atividade. Com relação à capacidade estática dos confinamentos, houve uma redução de 8 mil animais, passando de 891 mil para 883 mil a capacidade. 

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