O transporte de Teca, gado e outros produtos oriundos da região norte e noroeste do Estado, com destino à Cáceres e a outras cidades e até a Bolívia está comprometido.
Na noite desta segunda-feira, 22, a Ponte do Ananias localizada a 30 quilômetros do centro da cidade foi parcialmente queimada, dificultando a passagem de caminhões.
A rodovia é a principal ligação de Cáceres com Porto Estrela, Barra do Bugres, Tangará da Serra e por ela trafegam diariamente cerca de 5 mil pessoas.
Conforme o vereador Domingos dos Santos (PSC), que reside no Distrito de Vila Aparecida , 20 quilômetros depois da ponte, o dano também compromete a passagem de ônibus escolares.
Há meses o vereador vem denunciando a precariedade de uma dezena de pontes que existem em um trecho de 50 quilômetros. Ele inclusive levou o caso a Assembleia Legislativa e ao governo do Estado, mas a questão foi ignorada pelas autoridades.
Em julho, durante uma sessão da Câmara de vereadores, Domingos mostrou fotos de pontes com madeiras podres e outras onde as pranchas serradas foram substituídas por troncos de arvores, situação que provocou acidentes greve, inclusive com motos que viajavam a noite.
Na época ele relatou que ao lado de moradores da região e de Porto Estrela realizou o reparo emergencial em pontos críticos porem alertou que se a situação não foi solucionada em definitivo temia que a população pudesse inclusive adotar medidas mais radicais como forma de protesto.
A ponte queimada fica no trecho de 125 quilômetros entre Cáceres e Barra do Bugres cuja pavimentação 39 quilômetros foi lançada em 2008 pelo ex-governador Blairo Maggi (PR) e até hoje não foi concluída. Após seis anos, apenas 10 quilômetros foram concluídos.
Em 2012 a empreiteira que tocava a obra abandonou o serviço por falta de liberação de recurso. Em julho do ano passado, o atual governo relicitou a concluso dos 96 quilômetros restantes, mas, a empresa vencedora se recusou a iniciar o serviço por falta de garantia de recebimento.
Estimada em R$ 68 milhões, a pavimentação e construção de 295 metros de ponte na MT 343, beneficiaria diretamente duas mil propriedades rurais, pois a rodovia é matriz de mais de 1 mil quilômetros de estradas vicinais e baratearia o custo de exportação da produção do Médio Norte e do Norte do Estado pela Hidrovia Paraguai-Paraná e ajudaria a efetivar a Zona de Processamento de Exportação de Mato Grosso (ZPE) com sede em Cáceres.