A greve dos alunos de Medicina da Universidade de Mato Grosso (Unemat) entra no segundo mês de paralisação. No dia 1º de outubro, começaram as provas na unidade e, como represálias, os estudantes foram impedidos de fazer os exames.
“A coordenação do curso de Medicina da Unemat, em represália ao movimento estudantil, impediu o acesso dos estudantes ao exame. O Teste de Progresso de Medicina 2014 foi realizado na quarta-feira (1º), em diversas universidades da região Centro-Oeste”, diz trecho de uma nota divulgado pelos alunos nesta sexta-feira (3).
Os alunos realizaram as inscrições, porém, parte do processo cadastral era de responsabilidade da coordenação do curso, a qual se mostrou descompromissada com a realização do mesmo.
Os alunos só souberam do fato na terça-feira (30), um dia antes da realização da prova.
A greve dos mais de 100 estudantes do curso de Medicina, no campus central, em Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), já conta com o apoio de diversas universidades do Brasil.
Até o momento, o manifesto já conta com o apoio de mais de 40 unidades e centros acadêmicos do país – entre eles, o da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) –, além do apoio do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), da Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil (Aemed-BR) e do diretor científico da Associação Médica Brasileira (AMB), Edmundo Baracat.
Conciliação
Segundo os alunos da Unemat, após vários dias de audiências de conciliação junto à Justiça, as expectativas foram “frustrantes”, uma vez que a reitoria teria concordado em resolver os 17 pontos criticados no manifesto, mas não de forma imediata e sem divulgar prazos.
Os estudantes afirmam que, sem que datas sejam definidas ou todas as exigências atendidas imediatamente, não há condição de retorno às aulas.
Reivindicações
Os alunos de Medicina reclamam de ausência de estrutura física (salas de aula, laboratórios e um bloco específico para o curso de Medicina) para a realização do curso, bem como a ausência de obras da bibliografia mínima recomendada para o curso e de um hospital escola, o que faria com que estudantes não mais sejam barrados em atividades nas instituições de saúde.
Eles cobram, ainda, a reposição de aulas e aquisição de peças anatômicas humanas para estudo – como de cadáveres para a prática anatômica – e apresentação de um projeto pedagógico.