Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Cacerense cria biossensor capaz de detectar pesticidas
Por João Arruda, Jornal Cacerense
22/07/2012 - 11:54

Foto: arquivo pessoal
A cacerense Izabela Gutierrez de Arruda (35), graduada em matemática pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT/Cáceres), com mestrado em Física pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e atualmente cursando doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais pela USP de São Carlos, protagonizou um feito inédito para o Estado de MT ao depositar um pedido de patente, o primeiro invento em seis anos de existência do Programa de Pós Graduação em Física e também o primeiro oficialmente da UFMT. Izabela de Arruda está no momento licenciada pelo estado de Mato Grosso, onde é professora da rede estadual de ensino na cadeira de matemática na Escola Estadual Professora Vanil Stabilito, em Várzea Grande. Essa patente é fruto de sua pesquisa no Mestrado sob a orientação dos professores Dr. Romildo Jerônimo Ramos (UFMT); Dr. Francisco Gontijo e Dr. Nirton Cristi Silva Vieira (USP), com a colaboração do Dr. Ailton José Terezo (UFMT), conseguiu criar um – biossensor (de baixo custo) – capaz detectar a presença de pesticidas nas cadeias hídricas situadas próximas as áreas usadas para agricultura de pequeno, médio ou grandes extensões de lavouras. O titulo da invenção leva a nomenclatura de: “Processo para construção de eletrodos modificados e sistema de medição do índice de concentração do pesticida metamidofós”. Para se chegar a essa criação tecnológica Izabela teve que empregar elementos químicos como nanopartículas de óxido de silício e o polímero PAH (polialilamina hidroclorada), além da enzima acetilcolinesterase (AChE). Com o aparelho em poucos minutos se pode constatar se há ou não contaminação por pesticida em pequenas amostras de água. Até antes dessa descoberta a constatação cientifica somente seria possível com remessa das coletas de líquidos para outros centros como Rio de Janeiro e São Paulo, que possuem laboratórios capazes de detecção desses agentes derivados dos pesticidas. O uso do pesticida metamidofós é abundante no combate e na prevenção de pragas na agricultura, porém, o resultado pode ser intoxicações de mamíferos, de aves e também de humanos. Segundo a ANVISA, o metamidofós ataca o sistema nervoso central de diversos animais e seres humanos, através da inibição da AChE, causando danos irreversíveis ao homem. A intoxicação se dá quando absorvidos pelo organismo por via oral, respiratória, cutânea (dérmica) e mucosas. Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA-MT), o metamidofós é o inseticida mais utilizado no estado de Mato Grosso, sendo que a média anual de uso desse inseticida, que é extremamente tóxico, ultrapassa em seis milhões de litros. Esse pesticida pode provocar cefaléia, tontura, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, confusão mental, ansiedade, agitação, sonolência, convulsões, tremores e até coma. Além dos danos citados, as manifestações clínicas da intoxicação aguda por metamidofós podem ser respiratórias, cardiovasculares, oculares, podendo até mesmo causar paralisia muscular dos músculos respiratórios seguida de morte. Izabela que é natural da cidade de Cáceres fez questão de destacar o apoio recebido do corpo docente da UFMT, em especial ao médico Wanderlei Pignati, que segundo ela é um dos maiores incentivadores das pesquisas voltadas para essa área, visando um melhor controle do uso de pesticidas, e principalmente orientando a comunidade para riscos a saúde humana. Ao patentear o invento, recebeu a noticia da aprovação de R$ 1,1 milhão (CTinfra/UFMT) para aquisição de equipamentos de pesquisa onde está inserido equipamentos para que ela junto com o IF/UFMT possa dar sequencia nessa pesquisa. Além de ex-aluna da UFMT, atual aluna da USP/São Carlos, Izabela faz parte do INEO – Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica apoiada pela FINEP. Antes de cursar o ensino superior Izabela Arruda, fez o ensino básico na Escola Estadual Senador Mário Motta, em Cáceres e o nível médio na Escola Estadual Onze de Março, também em Cáceres.
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