Antes Dele, tivemos Tales de Meleto. Este filósofo grego tenta explicar a origem do mundo – o princípio é a água-. Segundo ele, da água se origina a vida. Foi dele, também, a máxima de que o difícil não é ganhar dinheiro, mas, sim, descobrir a verdade.
Antes Dele, tivemos Anaximandro. Para ele, o princípio não era a água, mas o ‘apeiron’ (ilimitado, infinito, indefinido). A vida teria se originado nos mares, portanto, seríamos descendentes dos peixes.
Antes Dele, tivemos Anaximenes, onde o princípio era o ar. Do ar, eu faço a água, e, rarefeito, o fogo. Da água, eu faço a terra. Sempre nos pegamos na tentativa de descortinar o sentido da existência.
Antes Dele, tivemos Heráclito, o primeiro a fazer a distinção entre a essência e a aparência das coisas. Considerado por muitos como o pai da dialética. Ser que aparenta e ser em essência, existimos pelas premissas.
Enfim, antes Dele, tivemos Parmenides, Pitágoras, Democrito, Sócrates etc. Todos tiveram a missão, penso, de tornar o mundo um pouco mais sábio, generoso, conhecido em ciência, sob a objetividade da razão.
Hoje, comemoramos a ressurreição Dele; sim, em maiúscula, posto ser o único. Todos os citados filósofos tiveram ‘algo’ como base de pensamento. E Jesus, um pouco de cada, e muito do muito, nos chama à reflexão sobre tudo, pois, o tudo, Dele era conhecido.
Temos os pré-socráticos e socráticos na Filosofia. A partir Dele, somos cristãos. Sócrates já havia alertado – só sei que nada sei-, intuição de quem espera por algo mais, a ignorância oprime. Para Jesus, fazemos coisas inimagináveis; conhecemos a verdade através Dele. E ela nos é libertadora. A humildade socrática nos leva ao reconhecimento da própria ignorância; a verdade cristã nos é redentora.
Na Antropologia, os românticos se opõem à razão e evidência dos iluministas com uma nova categoria, a da ‘não racionalidade’. A Filosofia faz seu juízo sintético ‘a priori’, transformando-a em paradigma; há espaço para os mitos. Mas para quê serve o mito? Para a cultura, o ambiente social e até para a ignorância, mas nunca para a mentira. O método de Descartes, mesmo cartesiano e de rigorosa estrutura, dobra-se à existência de Deus.
Meus amados leitores, “a inocência das crianças reside na fragilidade dos membros, não na alma... nunca vi ninguém que, para cortar o mal, rejeitasse conscientemente o bem!” (Agostinho). Busquemos o exemplo de Cristo em nossas vidas e tudo o mais nos será acrescentado - paz e bem!-.
É por aí...
GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO escreve aos domingos em A Gazeta (email:antunesdebarros@hotmail.com).