Tema foi tratado pelo presidente do Sistema Famato/Senar em encontro sobre desenvolvimento da região, em Cáceres
A nova fronteira do desenvolvimento de Mato Grosso é como pode ser considerada a região sudoeste do Estado, tendo a cidade de Cáceres como seu principal polo, sobretudo após a instalação do porto de Santo Antônio das Lendas, à margem do rio Paraguai. Pelo menos é essa a perspectiva extraída do II Encontro da Soja e do Milho na Região Sudoeste de Mato Grosso, realizado nesta terça-feira (31), na cidade. O presidente do Sistema Famato/Senar, um dos palestrantes do evento, falou sobre a imprescindível medida de dar início à navegação pela hidrovia Paraguai-Paraná a partir de Cáceres para a expansão do desenvolvimento da região.
“Fiquei impressionado, visitando a lavoura, com a qualidade da soja e com a produtividade dela aqui em Cáceres. Esta é uma região próspera, além da pecuária historicamente praticada aqui, estão abertos os caminhos para a produção agrícola”, comentou Prado para o público do evento.
O presidente demonstrou que, quando instalada a estação de transbordo no porto de Santo Antônio das Lendas, no rio Paraguai, fazendo a integração da região com a hidrovia e o Oceano Atlântico, as perspectivas de crescimento da produção passam dos atuais 16 milhões de toneladas de grãos/ano, num raio de 400 quilômetros, para 42 milhões de toneladas. Sem contar que o potencial de área de pastagem passível de conversão em agricultura pode chegar a mais 5 milhões de hectares.
“A região tem um alto potencial produtivo e um grande potencial de escoamento. Temos todas as condições para que o progresso se instale de vez. Quando se fala em expansão, não se trata apenas de Cáceres, mas atinge muitos municípios da região. A partir de Santo Antônio das Lendas, 400 quilômetros a dentro do Estado, onde hoje já se produz 16 milhões de grãos, existe uma perspectiva duas vezes e meia maior, que pode ser escoada pelo sudoeste do Estado, por meio da hidrovia do rio Paraguai”, destacou Prado.
A instalação do porto em Santo Antônio das Lendas, de onde podem sair barcaças com a produção, é considerada uma das mais viáveis saídas para os gargalos logísticos de Mato Grosso, inclusive com o retorno mais rápido. Conforme o Estudo Centro-Oeste Competitivo, produzido pela empresa Macrologística, o investimento feito para instalação do porto tem o retorno em um ano. “Cáceres está numa região estratégica de logística. O que falta agora é a determinação do Estado brasileiro para a finalização da rodovia BR-174 até o porto e a construção da estação propriamente dita”, acrescentou o presidente da Famato.
O vice-governador de Mato Grosso, Carlos Fávaro, presente na abertura do evento, assegurou que o investimento em infraestrutura na região é um compromisso de governo. Despois de assegurar a finalização de rodovias do entorno de Cáceres e de garantir a viabilização do porto de Santo Antônio das Lendas, conclamou os membros da bancada federal por Mato Grosso a buscar emendas para concretizar a BR-174 até o porto.
“Não temos dúvida nenhuma sobre as potencialidades gigantes da integração lavoura-pecuária e que essa região é a nova fronteira do desenvolvimento de Mato Grosso. A integração, de forma sustentável, preservando o meio ambiente, cuidando do nosso Pantanal, a industrialização, a verticalização é um sonho antigo, mas estamos trabalhando desde o início do governo para instalação da ZPE (Zona de Processamento de Exportação) aqui em Cáceres”, disse Fávaro.
O evento contou com a participação de produtores rurais da região, alunos dos cursos de agronomia de duas instituições de Cáceres e membros de entidades representativas da cidade. O encontro foi realizado na Fazenda Ressaca, onde a integração da pecuária com a agricultura já acontece. Pela primeira vez, a unidade plantou pouco mais de mil hectares de soja, que estão sendo colhidos.