O professor e historiador Natalino Ferreira Mendes, morto aos 87 anos em 2011, terá todo o seu acervo organizado em uma biblioteca, espaço que servirá de local de pesquisa para estudantes e interessados. A tarefa está a cargo de sua filha, também professora, Olga Maria Castrillon Mendes. Assim como seu pai, Olga irá compor, a partir do dia 29 de maio, o quadro de imortais da Academia Mato-grossense de Letras. Ela irá ocupar a cadeira número 15, que foi ocupada por seu pai.
Sobre a biblioteca, ela diz: "Eu sei que o desejo dele era este, o de colocar o acervo a serviço da comunidade. Ele nunca se negou a atender e dar informações a quem o procurava. Estou fazendo o levantamento de todo o acervo, a maioria sobre a bibliografia de Mato Grosso”.
A biblioteca deverá funcionar a partir do segundo semestre deste ano, na Rua Riachuelo (nº 1054), esquina com rua Frei Ambrósio, no bairro da Cavalhada. Olga vai procurar viabilizar um convênio com a Universidade do Estado de Mato Grosso(UNEMAT), para que o local tenha um aluno/bolsista e possa funcionar diariamente, atendendo em um período. E em uma das salas, irá funcionar o Instituto Histórico e Geográfico de Cáceres.
O professor Natalino tinha em seu acervo uma preciosidade: a coleção contendo todos os exemplares do jornal Correio Cacerense. A coleção foi doada pela família ao Núcleo de Documentação Histórica da Unemat.
Ao falar sobre sua eleição para a Academia, a professora, que tem doutorado e pós doutorado na área em Literatura e atua como docente do programa de graduação e pós graduação no curso da Unemat em Cáceres e Tangará da Serra, afirmou que a imortalidade está justamente “naquilo que produzimos e deixamos”. Olga Maria tem sua produção acadêmica voltada para a análise de obras literárias com ênfase para o Mato Grosso, é autora de inúmeros artigos e do livro “Toné Viajante –construção imagética de Mato Grosso”.
Professor Natalino, o “mestre”
O professor Natalino Ferreira Mendes foi fundador do Colégio Estadual Onze de Março.Autor obras pioneiras sobre a história da fundação e da administração política de Cáceres, ele nasceu em 3 de janeiro de 1924 e morreu em 23/12/2011. Atuou como professor, como historiador, como jornalista e também ocupou cargos públicos como chefe de gabinete e secretário em administrações municipais. Participou da criação do Instituto Histórico e Geográfico de Cáceres e aposentou-se em 1993. Escreveu obras que deram publicidade à história da sua terra natal como: Marco do Jauru (1983), História de Cáceres: origem, evolução presença das forças armadas; Efemérides Cacerenses (1992); Anhuma do Pantanal (poesia da terra, 1993); Memória Cacerenses (1998). Também são de sua autoria diversos hinos, como o Hino à Cáceres. Foi membro e titular da cadeira nº 15 da Academia Mato – Grossense de Letras e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.