Desde o dia 25 deste mês o Hospital O Bom Samaritano não está recebendo mais pacientes. O hospital é uma instituição filantrópica, que funciona com repasses feitos pelo governo do Estado e através da arrecadação de verbas com eventos, como o tradicional “bingo” anual. Especializado no tratamento de doenças de pele, como hanseníase, úlceras varicosas e fogo selvagem, o hospital está sem atender porque os dois médicos que trabalhavam no local pediram desligamento por motivos internos. Os médicos Francisco Leonardo Cerávolo Neto (dermatologista) e Félix Manoel Souza Pinto Alvares(clínico geral) divulgaram um comunicado informando que o afastamento se dá pela “falta de harmonia entre os profissionais da saúde que trabalham no local com a atual diretoria”. Na nota, eles afirmam não possuir vínculo empregatício. Cerávolo informa ainda, na nota, que atende no local há 31 anos.
Ontem, o presidente da instituição, Alvasir Alencar, e a gerente Zeli Carvalho, informaram que os médicos, apesar de não possuirem possuirem o vínculo empregatício, são pagos pelas internações realizadas (AIH´s) e por RPCI -recibo de prestação de contribuinte individual, e estão com os pagamentos em dia, assim como a folha de pagamento do hospital está em dia. “Eles pediram afastamento por motivos internos e estamos sem médicos. O hospital, apesar de pequeno e simples, é referência nacional no atendimento a hanseníase. Estamos pedindo aos médicos que Cáceres que nos ajudem a atendam. O hospital presta atendimento especialmente à classe mais carente da população”-informaram.
O fundador do hospital, frei Gumáru, que preferiu não dar entrevista, em um ofício enviado aos médicos afirma que as causas da polêmica que envolve diretoria e médicos já foram bastante discutidas, e que a decisão dos dois se afastarem deve ser respeitada. No ofício, ele diz ainda que a diretoria, que termina sua gestão no dia 31 de maio, está procurando alternativas junto a Prefeitura, Governo do Estado e Ministério Público Estadual para solucionar a falta de médicos e, por consequência, a falta de atendimento.”Lamento muito o que está acontecendo, mas caso a instituição permaneça sem médicos, o fechamento será inevitável”-finaliza ele no documento. O Hospital funciona em Cáceres desde 1972, e atende exclusivamente através do Sistema Único de Saúde. Se mantém com repasses, doações da comunidade e promoções. Tem 25 funcionários registrados.
Ao chamar a sociedade para ajudar na solução do problema, Alencar informou que o bingo/festival de prêmios deste ano será no dia 9 de maio, na praça em frente ao hospital. “Nossa intenção é lutar para que o atendimento volte ao normal”-afirmou o presidente, acrescentando que o atual governo do Estado tem feito os repasses ao hospital e que as contas estão em dia.