A campanha para diagnosticar e tratar casos de hanseníase foi prorrogada até o dia 20 de novembro em Mato Grosso. O anúncio foi feito pela Secretaria de Saúde do Estado (SES-MT) neste sábado (31). A campanha, que é nacional, começou em agosto e pretende percorrer 915 escolas em 65 municípios mato-grossenses, com foco em 295 mil alunos entre cinco a 14 anos.

De acordo com a SES-MT, o último levantamento apontou que 329 escolas já foram visitadas nos 65 municípios participantes. A campanha também tenta identificar casos de verminose e tracoma. Até o momento, 7.944 crianças foram examinadas para hanseníase e 82.774 crianças tratadas com medicação contra verminose. Para o tracoma, 150 crianças tiveram teste positivo e foram medicadas.

O objetivo da mobilização é aumentar o diagnóstico precoce em crianças e jovens em idade escolar e, com isso, diminuir a ocorrência dessas doenças.

“Favorecer o diagnóstico precoce e o tratamento imediato é fundamental no tratamento das doenças, principalmente nos casos de hanseníase”, disse a coordenadora de vigilância epidemiológica da SES, Flávia Guimarães. Segundo ela, nos casos suspeitos de hanseníase, o aluno é encaminhado à rede básica de saúde para confirmação e início imediato do tratamento.

Fichas de autoimagem são distribuídas para facilitar a identificação de sinal, mancha ou caroço. Na ficha, que possui o desenho de um corpo humano, os pais poderão assinalar o local onde as crianças possuem qualquer tipo de mancha na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica.

Casos
De janeiro a julho deste ano, Mato Grosso registrou 1.612 pessoas em tratamento para hanseníase. Deste total, 1.380 são casos novos, ou seja, foram diagnosticados em 2015. O registro de tracoma, entre 2007 e 2015, foi de 979 casos em todo estado.

Em 2014, o estado teve 82 novos casos de hanseníase para cada 100 mil habitantes, bem acima do aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 10 novos casos a cada 100 mil habitantes. Os números colocam Mato Grosso como um dos seis estados brasileiros considerados com maior risco de adoecimento de hanseníase.

A doença
A hanseníase atinge pele e nervos periféricos e pode levar a sérias incapacidades físicas. É transmitida principalmente pelas vias respiratórias superiores de pacientes com muito bacilos (multibacilares) não tratados. As informações são do Ministério da Saúde.